A quarta etapa da 40ª Volta ao Alentejo era a mais esperada. Este ano a opção do percurso fez cair o dia de jornada dupla, que normalmente contava com um curto contrarrelógio. Desta feita Castelo de Vide recebeu a chegada do dia com mais subidas e que se esperava poder ser importante na definição da classificação geral.

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E houve uma revolução. A etapa foi muito mexida, com Mauricio Moreira (Glassdrive-Q8-Anicolor) a atacar a 60 quilómetros da meta e a obrigar a quem ambicionava lutar pela geral a responder. O vencedor da última Volta a Portugal e da Alentejana em 2021 lançou-se na subida do Cabeço do Mouro, acompanhado pelo britânico Finlay Pickering (Trinity Racing).

A resposta não se fez esperar, pois já ninguém queria dar muita vantagem a Mauricio Moreira. 15 ciclistas formaram um grupo que perseguiu o uruguaio e o companheiro de ataque. Nele estavam Orluis Aular (Caja Rural-Seguros RGA) e Adrián Bustamante (Kelly-Simoldes-UDO), que acabariam por ser os homens em destaque em Castelo de Vide, no final dos 148,2 quilómetros que começaram a contar no Crato.

Pela frente, passada a segunda categoria do Cabeço do Mouro, estavam mais quatro categorias, todas quase sem dar tempo para recuperar do esforço.

Na frente até estava um trio que até então tinha protagonismo. Porém, o ataque de Moreira e a resposta que se seguir, mostrou que dificilmente Pedro Silva (Glassdrive-Q8-Anicolor), Pedro Pinto (Efapel Cycling) e Iúri Leitão (Caja Rural-Seguros RGA) – não é muito habitual ver o sprinter vianense mostrar-se em etapas com este tipo de percurso -, lutariam pela vitória de etapa.

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Na subida de Porto da Espada, a menos de 50 quilómetros da meta, o trio da frente foi alcançado pelos que resistiam no grupo perseguidor, que entretanto já tinha apanhado Moreira e Pickering.

Alex Molenaar (Electro Hiper Europa) ainda tentou a sua sorte a solo, mas a audácia não compensou. A menos de 20 quilómetros da meta, formou-se um quinteto na frente: Aular, Molenaar, Pickering, Moreira e Bustamante.

O britânico da Trinity Racing não aguentou o elevado ritmo, sendo “substituído” por Giovanni Carboni (Equipo Kern Pharma), que entretanto conseguiu chegar ao grupo que liderava.

Deste quinteto, Adrián Bustamante acabou por ser o mais forte. O colombiano, de 24 anos, conquistou a primeira vitória da temporada para a Kelly-Simoldes-UDO, sendo também uma estreia deste ciclista a vencer em Portugal.

Porém, partilhou o momento de alegria no pódio com Orluis Aular. O venezuelano bem tinha avisado na Clássica da Arrábida que tinha preparado muito bem essa corrida e a Volta ao Alentejo, com o objetivo de vencer novamente as duas, tal como em 2022.

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Aular está a 154,9 quilómetros de o conseguir, distância da etapa deste domingo entre Monforte e Évora. O segundo na tirada deste sábado foi suficiente para vestir a camisola amarela, tendo 10 segundos de vantagem sobre Bustamante e 12 sobre Molenaar. Mauricio Moreira está na quarta posição a 22 segundos do líder.

Apesar das diferenças não serem grandes, tendo em conta o percurso da derradeira etapa, não será fácil desalojar Aular do primeiro lugar.

Haverá apenas uma quarta categoria a cerca de 15 quilómetros da meta, nada que deva preocupar em demasia Aular. Porém, será um dia para a Caja Rural-Seguros RGA estar muito atenta para garantir o ambicionada triunfo.

Se o venezuelano conseguir selar o triunfo na Alentejana, será apenas o segundo ciclistas a conseguir vencer duas edições. O primeiro foi o espanhol Carlos Barbero em 2014 e 2017.

Quanto às restantes camisolas, Rafael Reis cedeu a da montanha ao companheiro de equipa Pedro Silva, que assim rentabilizou a presença na fuga do dia. Lamperti também cedeu a branca, da juventude, a um colega da Trinity Racing, Max Walker, com Aular a vestir, além da amarela, a verde dos pontos.

Depois de um dia muito positivo, a Burgos-BH não esteve tão em destaque nesta quarta etapa, exceptuando Molenaar. A equipa perdeu a amarela, que estava com Cyril Barthe e também a liderança coletiva, que agora pertence à Electro Hiper Europa.

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