Afonso Eulálio e a imagem que abre esta crónica: retenham o nome e o rosto deste jovem corredor português. GoRide já tinha enaltecido a sua qualidade e a Serra da Estrela, o supremo tribunal do ciclismo no nosso país, confirmou-o na terceira etapa da Volta a Portugal 2024, este sábado.

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O corredor da ABTF-Feirense, de apenas 22 anos, trepador por excelência (1.74 kg e 62 kg) fez uma subida à Torre para a história da Grandíssima, a que só faltou a vitória, retirada pelo igualmente muito jovem guatemalteco, Sergio Chumil (Burgos-BH), que resistiu da fuga do dia e agarrou-se como lapa à roda de Afonso Eulálio, que o rebocou ao triunfo.

Com o segundo lugar e o tempo ganho ao camisola amarela Colin Stussi, Eulálio ascendeu à liderança da Volta a Portugal, em completo deslumbramento. “É uma sensação única [vestir a amarela]. Não tenho palavras para descrever o que sinto!”, declarou o valoroso jovem ciclista da Figueira da Foz, que vinha de uma vitória recente no Alto de Montejunto, na etapa rainha do GP Joaquim Agostinho.

E agora, Afonso? “Ainda sou um menino, não sei o que vamos fazer. Tenho o António Carvalho na equipa, com muita experiência. Ainda falta muito para acabar a Volta. Onze segundos é uma margem pequena, mas ontem [na 2.ª etapa) estava a minuto e meio. A Volta é muito grande e ainda vai passar muita coisa. Vamos dia-a-dia”. É isso!

Para nós, Eulálio já ganhou, num dia de glória, quase tudo o que poderia ganhar nesta fase da carreira. Concordamos com o seu diretor desportivo, Joaquim Andrade, que o antigo corredor profissional disse, no final da etapa, que o seu jovem-prodígio é o melhor corredor português nesta Volta a Portugal.

No extremo oposto da consagração nesta Volta está a equipa Sabgal-Anicolor. Que descalabro! Como escrevemos na crónica anterior (do dia 3 da prova), a aposta na liderança de Maurício Moreira foi um erro crasso. É verdade que Frederico Figueiredo não tem perfil de chefe de fila e chega debilitado por paragem devido a lesão, e que o russo Artem Nych é esforçado, mas fica aquém de um corredor para a vitória na geral da Volta a Portugal, mas Mauricio Moreira… também não! Não, numa edição com finais de etapa tão montanhosos.

Não se deve esquecer que o triunfo do uruguaio em 2022 teve a permissão (forçada) do companheiro de equipa Frederico Figueiredo. Os responsáveis desportivos têm os ‘números’ e as informações sobre o estado de forma e as potencialidades dos seus corredores, mas convenhamos que as debilidades de Maurício Moreira em montanha são evidentes. Se o exemplo de 2022 não bastasse, há o da edição de 2023!

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Fica a questão (sinceramente, é uma dúvida que assumimos): onde está o dinamarquês Mathias Bregnhøj, que se destacou no início da temporada em competições nacionais e internacionais?


Créditos da imagem: captura de imagem RTP – https://www.facebook.com/photo/?fbid=8748661681827407&set=pcb.8748661845160724&locale=pt_PT

 

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