O que é que se pode aferir da primeira grande luta em alta montanha, depois de um empate técnico entre Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard numa subida curta e explosiva como San Luca, no domingo, logo na segunda etapa? E como se comportaram os restantes adversários, Remco Evenepoel, que cedeu um pouco naquele muro italiano, e Primoz Roglic, que desiludiu ao não ter resposta?

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O Col du Galibier, ainda que ascendido pela vertente menos dura, fez o julgamento, e em primeira análise conclui-se que Pogacar adiou, ao máximo, o ataque por qualquer motivo. Vento? Aproveitar até ao limite o trabalho dos seus super gregários? Ou não se sentiu com confiança suficiente para tomar a iniciativa de mais longe, que seria, sem dúvida, o mais adequado, porque todo o tempo que ganhasse na subida poderia mantê-lo e mesmo aumentá-lo na descida, onde, como se verificou, ganhou cerca de 30 segundos a Jonas Vingegaard (e meia dúzia apenas aos restantes Carlos Rodriguez, Roglic, Evenepoel e Ayuso, que passaram quase com esse tempo de atraso no cume), que entre em perda após passar no alto a apenas sete segundos do esloveno.

Em nossa opinião, Pogacar considerou que, a partir de certo ritmo imposto pelos seus companheiros, a partir de Adam Yates, com a extensão de subida já percorrida, não conseguiria fazer a diferença para Vingeggard com um ataque e depois com andamento que imprimisse com o dinamarquês agarrado à sua roda. Por isso, preferiu um ataque mais explosivo e curto, perto do alto (fê-lo a 800 metros do alto), e conseguiu abrir uma pequena vantagem, que mais do que triplicou na descida. Porque o dinamarquês, mesmo a descer, acusou o cansaço e o tempo de paragem devido a lesões, disso não há a mínima dúvida.

Por isso, se Pogacar não ficou nada satisfeito em San Luca, não tem muito mais motivos para otimismo depois do Galibier. Vingegaard está condicionado, é verdade, embora, recorde-se, na edição de 2023, o esloveno também ter tido sempre vantagem em situações de duelo direto, à exceção da primeira etapa, nos Pirenéus (do Marie Blanque), em que o líder da Visma deixou o rival da UAE Emirates pregado após um trabalho sublime de Sepp Kuss. Que falta o trepador norte-americano fará ao nórdico na terceira semana, quando está a contar estar muito melhor, quiçá ao nível do ano transato, como avisou no final desta quarta etapa:

“Cheguei a Tour com expectativa de perder tempo em quase todas as primeiras quatro etapas e apenas perdi numa, por isso é bem melhor do que esperava”, declarou Vingegaard. “Esperava perder dois minutos ou mais e só perdi 50 segundos, o que continuar a ser bom. O meu tempo virá!”, alertou.


Créditos da imagem: LeTour Twitter – https://x.com/LeTour/status/1808239016359481744/photo/1

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