A poucos dias do arranque do Mundial em Wollongong, na Austrália, o belga Wout Van Aert, um dos grandes favoritos à vitória na corrida de fundo, fez a antevisão da prova esta sexta-feira, abordando temas como a estratégia da sua seleção e a coabitação com Remco Evenepoel, após a acesa polémica entre os dois corredores na edição de 2021.

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Van Aert, que acaba de completar 28 anos [no último dia 15], garante que está preparado para lutar pela camisola de arco-íris ou ajudar um dos seus compatriotas a conquistá-la. Com Remco Evenepoel recém consagrado vencedor da Vuelta e um coletivo forte, com Jasper Stuyven, Yves Lampaert ou Quinten Hermans, apesar das ausências de renome de Dylan Teuns ou Victor Campenaerts, Van Aert pretende compensar os belgas pela deceção em suas terras em 2021, quando perderam o Mundial para Julian Alaphilippe (Stuyven foi 4º classificado e Van Aert apenas 11º), alegadamente devido a uma estratégia mal delineada e um conflito de interesses entre líderes com Evenepoel.

“Em 2021, não foi como deveria… Claro que aprendi com aquela corrida, e como equipa aprendemos também. Agora temos com dois líderes. Quero passar isso à frente, creio que já dissemos o suficiente, que aprendemos com esses erros e que iremos trabalhar de forma diferente. Este ano, os nossos adversários terão de vigiar dois belgas e não apenas um. Tentamos sempre melhorar”, explica Van Aert, em comentários publicados pela VeloNews.

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“Com um corredor forte como Remco é sempre melhor ser co-líder”

O corredor da Jumbo-Visma referiu-se à nova coabitação com o jovem companheiro de equipa Remco Evenepoel. “No ano passado, o problema não foi a minha condição física, fiquei surpreso com a agressividade dos franceses, estava sob pressão e em vez de ficar calmo, desbaratei muita energia no final da corrida. Fui o único líder, mas com um corredor tão forte quanto Remco [Evenepoel], é sempre melhor ser co-líder e corrermos juntos. Poderíamos ter jogado diferente no final no ano passado, mas havia mais dúvidas sobre a condição de Remco, depois de um verão difícil para ele. Agora é óbvio que ele está muito forte. Não foi inteligente da parte dele ter gasto toda a sua imensa força desde o início. Quando ele atacou pela primeira vez ainda faltavam 200 km. Creio que não foi o que ele deveria ter feito”, declarou Wout Van Aert.

Por fim, Van Aert não se coíbe de antecipar a tática da seleção belga. “Com Remco numa fuga boa, as outras equipas terão de trabalhar muito, e essa pode ser uma situação ideal para mim. A corrida parece muito promissora. Uma subida de 1 km a 7% parece-se com o que temos nas corridas na Bélgica e este ano provei que fui forte em subidas como essa – o que é tranquilizador mentalmente. Temos uma equipa muito forte e podemos correr com isso em mente”, conclui o corredor que sonha em suceder a Philippe Gilbert, o último belga a vestir a camisola de arco-íris (2012).

Foto principal: @BELCyclingTeam

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