“O meu programa de corridas não tem nenhuma loucura”, declarou Tadej Pogacar no início da conversa com os jornalistas numa sala da unidade hoteleira nos arredores de Benidorm, sul de Espanha, onde cumpre o primeiro estágio de pré-temporada com a sua equipa, UAE Emirates, até ao próximo dia 20.

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“Tive um ótimo defeso, consegui recuperar muito bem da desgastante temporada. Até começar este estágio gozei umas férias retemperadoras com a Urska [Zigart, a sua noiva, que também é corredora profissional]. Foi muito bom», disse o esloveno.

“O meu programa de corridas inicia-se como em anos anteriores com a Volta aos UAE [n.d.r. não o fez em 2024, tendo arrancado a época na Strade Bianche]. Depois, farei clássicas, começando com a Milão-Sanremo, que será o meu primeiro grande objetivo, os últimos anos tem sido assim. Depois as clássicas belgas, as dos empedrados, incluindo a Volta a Flandres, e as das Ardenas, com final na Liège [Bastogne-Liège]”, descreveu o vencedor da Volta a França em 2024.

“Depois começaremos a preparar o Tour, o principal objetivo da temporada. Há outro objetivo grande, os Campeonatos do Mundo. Ficarei muito satisfeito se conseguir defender estes títulos. Ainda não sei se é melhor fazer o Giro ou a Vuelta”, resumiu o ganhador da Volta a Itália e do Mundial de fundo este ano, que deixou a porta aberta à estreia na Paris-Roubaix em 2025, ainda que assuma ser pouco provável.

“Não é decisão final voltar a não estar na Paris Roubaix… Mas ainda teria a possibilidade de o fazer em próximos anos”, frisou o campeão do mundo, que reconhece que terá dificuldade em superar as 25 vitórias na histórica temporada de 2024, em que foi dominante, ainda que considere ter ainda margem de progressão.

“Não me considero um corredor velho, ainda sou jovem, ainda posso evoluir. Veremos depois da primeira corrida. Mas se ficar um pouco aquém de 2024, ainda assim ficarei satisfeito. Depois de cumprir o plano de treinos para este inverno, talvez possamos antever se terei condições de conquistar mais ainda do que na última temporada. Todos os corredores tentam melhorar até ao final da carreira, e quando já não conseguem, talvez seja altura de parar…”.

“Creio que é imprescindível focar-nos em todos os detalhes, na bicicleta e fora dela, a alimentação, sono, tecnologia… Procuramos a perfeição. É preciso ser consistente em todas essas áreas”, sublinhou Pogacar, que foi questionado ainda sobre questão de segurança nas corridas de ciclismo.

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“Todos queremos correr sempre mais rápido. O ciclismo está em constante evolução, como outros desportos. Queremos bater recordes todos os anos, rolar cada vez mais rápido com as novas tecnologias. Por um lado, compreendo, é o marketing, temos de vender bicicletas, t-shirts, capacetes, equipamentos que os fabricantes desenvolvem todos os anos. Não parece haver limites, a cada ano as bicicletas são mais rápidas. E quanto mais rápido se vai, mais riscos se correm. Mas não creio que os corredores corressem menos riscos há 100 anos…”, opinou.

A concluir, Pogacar comentou os elogios de Eddy Merckx. “Ouvi as suas palavras, é sempre um prazer vindo de quem vem, mas não me estou a comparar com ele, não posso. Não competir com ele, não somos da mesma geração, não pode haver comparações diretas”, conclui.


Crédito da imagem: UAE Emirates Twitter

 

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