O calendário previsto para o que resta de 2020 pode não ser perfeito e obrigou alguns ciclistas e equipas a tomarem decisões nem sempre fáceis sobre que corridas participar. No entanto, a época ainda nem retomou e já há um potencial problema a surgir para 2021: as provas de ciclismo de estrada dos Jogos Olímpicos “chocam” com a Volta a França.

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Antes da pandemia ter obrigado a profundas mudanças na modalidade, já havia ciclistas a fazerem contas sobre participar no Tour e depois viajar para o Tóquio, já que a recuperação seria de menos de uma semana. Com os Jogos adiados para o próximo ano, são agora conhecidas as novas datas previstas para a modalidade. A prova de fundo masculina está agendada para dia 24 de julho. O Tour acaba a 25.

Nesse domingo, correm as senhoras em Tóquio, com os contrarrelógios marcados para dia 28. Ou seja, torna muito complicado fazer a viagem, recuperar fisicamente, adaptar-se à diferença horária e surgir forte no esforço individual.

O site Cycling Weekly dá conta que a ASO, organizadora da Volta a França, pediu para que o arranque – marcado para dia 2 de julho – fosse antecipado. Porém, com Copenhaga destinada a receber o início do Tour de 2021, a resposta foi negativa por parte dos dinamarqueses.

Em causa estará o Campeonato Europeu de futebol. Foi mais uma das grandes competições que foi cancelada em 2020. Pela primeira vez, o Euro não se irá realizar apenas num país, com várias cidades de diferentes países a receberem os jogos. Copenhaga está nessa lista e será palco de encontros entre 12 e 28 de junho.

A nível logístico, os responsáveis não querem “cruzar” um Tour com um Europeu de futebol. As datas de 2021 ainda não estão fechadas, numa altura em que a preocupação é tentar garantir que se possa cumprir o calendário reorganizado da presente temporada.

Tour afasta contrarrelogistas dos Mundiais

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Um dos exemplos de como a coincidência de provas está a provocar problemas é a já anunciada ausência de alguns dos melhores contrarrelogistas do próximo mundial. A prova de esforço individual realiza-se no último dia da Volta a França (20 de setembro).

A esperança que a UCI trocasse a competição com o contrarrelógio por equipas – ou seja, que o individual se realizasse na quarta-feira seguinte – acabou por tornar-se numa desilusão. O português Nelson Oliveira (Movistar) é um dos ciclistas que irá falhar o contrarrelógio dos Mundiais na Suíça, assim como Tom Dumoulin (campeão do mundo em 2017) e Primoz Roglic (ambos da Jumbo-Visma), por exemplo.

Com vários dos melhores da especialidade a estarem ou com pretensões à geral no Tour, ou então com responsabilidade na ajuda aos líderes, a decisão está a recair maioritariamente a favor de não abandonar a Volta a França para competir no contrarrelógio.

Até agora, só Stefan Küng pretende não terminar o Tour com a sua Groupama-FDJ, apesar do líder, Thibaut Pinot, ter pretensões muito ambiciosas. No entanto, o suíço não quer desperdiçar a oportunidade de lutar por um título mundial no seu país.

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