Ligar o ponto A e o ponto B com estilo. Será que a Riese & Müller Roadster4 touring HS consegue fazer efetivamente isto e desta maneira, tal como a marca alemã refere? Sim, consegue. E mais: pode fazê-lo depressa, como quem já está atrasado para o trabalho, e pode fazê-lo num tom mais descontraído, como quem anda apenas a passear pela cidade.

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Esta urbana elétrica traz ainda outro atrativo, por assim dizer: está “desbloqueada”. Isto significa que o motor não “corta” quando o velocímetro chega aos 25 km/hora, a respetiva assistência à pedalada pode chegar aos 45 km/hora.

Podemos assim andar mais depressa, “espremendo” o bom sistema elétrico que a move, sendo que a responsabilidade de ter a habilitação legal para conduzir este velocípede é do utilizador, tal como se estivesse aos comandos de uma motocicleta com mais de 50 cc no motor. A unidade que testámos até chapa de matrícula e seguro de responsabilidade civil tem, tudo certo.

Os ‘acessórios’ da cidade

Antes de falar de desempenho, falamos daquilo que está incluído no pack desta Riese & Müller tendo em conta que é uma elétrica cidadina. Estamos a falar do itens que fazem falta em qualquer urbana que queira estar preparada para o dia a dia nesse ambiente.

E começamos pela segurança anti-roubo, traduzida pelo cadeado integrado na roda de trás, neste caso o Lock ABUS Shield X+ (custa 89 euros em separado, mas vale a pena).

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Por perto está também algo importante quando escurece: as luzes Supernova M99, um conjunto LED que se mostrou bastante potente, composto por luz frontal (a Mini Pro-45), luz traseira e luz de stop que se acende quando travamos. Indispensável.

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Indispensáveis são também os guarda-lamas, se não queremos chegar ao trabalho com a roupa toda suja (são o modelo SKS A45), a grade de carga traseira, a bolsa de selim (vendida em separado), a campainha, o “descanso” Ursus R90 Mooi e até o espelho retrovisor (o Busch & Müller Cycle Star), este um pouco menos habitual em bicicletas do género vendidas em Portugal.

Força e velocidade

A Roadster4 touring HS não “brinca em serviço”, pois apresenta-se com o poderoso sistema Bosch Performance Line Speed (versão Smart System) no que refere ao sistema propulsor elétrico.

A autonomia proporcionada pela bateria Bosch PowerTube de 625 Wh é das mais extensas que já vimos neste segmento e patamares de preço, enquanto o Display Kiox 300 funciona perfeitamente a dar-nos todas as informações necessárias para usarmos a bicicleta. Nota importante, aqui: este é um extra de 44 euros, pois de origem vem a unidade de controlo Display Bosch Purion 200.

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Depois, o motor, o Bosch Performance Line Speed (versão Smart System). Esta é a unidade que a Bosch disponiliza para elétricas urbanas do tipo S-pedelec, como esta, e debita 85 Nm, permitindo chegar aos 45 km/hora com ajuda eletrificada, efetivamente. No modo Limit, aí sim o limite são os 25 km/hora.

Além do modo Walk, o sistema traz-nos os tradicionais três modos de condução, com o Turbo a assegurar o desempenho máximo à custa de mais consumo de energia, como é habitual. Força e desenvoltura.

Há lugar a um pouco de brusquidão quando o motor é ativado neste modo mais poderoso, mas nada que belisque a excelente performance deste conjunto, que está perfeitamente enquadrado numa bicicleta que se apresenta com periféricos, equipamento e material de excelente qualidade.

Mais conforto

E, neste campo dos componentes, lembramos antes de mais que esta é uma urbana elétrica com suspensão frontal. A suspensão Suntour NCX 28″ dá muito jeito a todos os níveis, absorvendo o pouco que há para absorver nas ciclovias e nos percursos citadinos, mas também portando-se bastante bem quando chega a hora de “bater” umas estradas de gravilha. É um ponto a favor desta Riese & Muller.

A seguir atentamos noutro capítulo fundamental em qualquer bicicleta deste género: a transmissão. E aqui a marca não poupa atributos, pois não se nota qualquer falha no funcionamento do sistema Shimano de 11x instalado.

Temos um desviador traseiro Deore XT, que conhecemos por ser bastante fiável sem encarecer o grupo, cassete CUES CS-LG400-11 com relação 11-50t, pedaleiro FSA/Riese & Müller com cranques de 170 mm e “coroa” de 48 dentes. A corrente é a KMC X11.

Ou seja, material ao nível das BTTs de média gama, praticamente, o que é garantia de bom desempenho. Tudo mecânico, claro. Relembre-se que o grupo CUES permite fazer estas “misturas” de componentes na transmissão, já que a compatibilidade entre todos está garantida. Exemplo: a cassete CUES funciona sem problema com o desviador XT (desde que sejam ambos os itens de 11x).

Mas há mais coisas que nos impressionam na lista de especificações da bicicleta. Falamos dos pneus Schwalbe G-One 40-622 e de uma “companhia” bem cotada: um belo par de rodas Mach1 650, de 28 polegadas, que até integram raios Sapim Leader de 2,0 mm (em inox). Em alumínio (tal como o quadro desta urbana), excelentes e a funcionarem como se esperava.

Os travões Magura cumprem também a sua missão e há depois “pormenores” muito interessantes em adição, que vão do selim Selle Royal Essenza Athletic aos pedais VP R&M Custom, passando pelo guiador Satori Horizon de 620 mm.

Tudo material que dá garantias e deixa a Riese & Müller Roadster4 touring HS no patamar de qualidade a que a marca já nos habituou. Será importante ver com atenção a nossa vídeoreview acima para se perceber como tudo isto dá origem a um conjunto bastante eficaz na cidade.

Utilização diversificada

Então mas por onde andámos com a Riese & Müller Roadster4 touring HS? Usámo-la durante algumas semanas em dois “ambientes” distintos: na deslocação diária casa-trabalho, e também ao fim de semana, um pouco mais em lazer.

Em ciclovia, em estrada com trânsito normal e até em alguns caminhos de gravilha ligeira, deslocámo-nos com ela entre a zona do Parque das Nações, em Lisboa, e o centro da cidade, e também desse espaço até à zona mais a norte de Sacavém, localidade adjacente à capital.

Ficámos sempre com a mesma sensação: esta Riese & Müller Roadster4 touring HS pode ser opção a ter em conta para quem anda sempre com pressa. Ou seja, se a ideia é circular de bicicleta em trajetos citadinos gastando o mínimo de tempo possível, este modelo cumpre bem essa missão.

Primeiro, porque podemos efetivamente andar bastante depressa com a bicicleta, e isto sentindo sempre alguma segurança em movimento; segundo, porque tanto a posição de condução como o conforto proporcionado libertam os nossos sentidos para nos focarmos no percurso e no trânsito.

The New Roadster and Roadster Mixte

Chegando ao nosso destino, todos os dias, cumprimos sempre uma espécie de “rotina” de segurança: usámos a chave para bloquear o cadeado de roda incluído neste pack (custa 89 euros extra) e usámos a app instalada no smartphone para termos a bicicleta “geo-referenciada” e localizável (em caso do roubo).

E ainda usámos um cadeado normal, por assim dizer, para prendê-la a um poste ou a outro “obstáculo” de rua. E isto porque em Lisboa, nos dias que correm, existe uma forte “procura” por bicicletas elétricas da parte de quem as utiliza para fazer entregas através das apps de refeições ao domicílio.

Apps para gestão da bicicleta

Por falar em apps, é importante referir que existem duas apps que podemos instalar no smartphone Android ou Apple para termos ajuda na gestão diária da bicicleta. E ambas são excelentes “ferramentas”.

Uma delas é a Bosch eBike Connect, que faz tanta coisa! Há algumas funcionalidades que são pagas à parte, é verdade (como a forma de localizar a bicicleta em caso de roubo), mas podemos contar com mapas tipo GPS, funções que traçam a rota mais rápida para onde queremos ir e até cálculos em tempo real da autonomia que será necessária para lá chegar.

E o melhor é que esta app pode até ser o nosso personal trainer, já que nos dá, além de sugestões de uso, bastantes informações sobre tudo o que vamos fazendo com a bicicleta e com o sistema elétrico que nela está montado. Claro que a app também serve para toda a gestão deste sistema.

A outra app é a da Riese & Müller, a RX Connect. Confessamos que usámos menos este recurso além da fase inicial em que fizemos o registo da bicicleta e tivemos uma primeira “apresentação” do que a app consegue fazer.

Mas nota-se que há aqui funcionalidades bastante úteis, talvez algumas redundantes face ao que podemos fazer com a app da Bosch. Esta RX Connect talvez seja um pouco mais adequada para quem leva o smartphone a servir de ecrã, fixo no guiador da bicicleta. Há um suporte próprio para tal que a marca vende em separado.

Uma nota importante: é nesta app que conseguimos utilizar e gerir tudo o que é ativado pelo RX Hardware RX Chip, um item instalado em separado e que custa 115 euros. Exemplo: é ele que permite que localizemos a bicicleta em caso de roubo ou extravio e que também permite bloquear tudo caso ela comece a ser usada sem por nós!

Por fim, o preço. Esta bicicleta custaria 4.720 euros numa situação normal, mas com os extras montados o total fica em 4.969 euros. Estes itens vendidos em separado são o já referido Display Kiox 300 (44 euros), o RX Hardware RX Chip (115 euros) e o cadeado (89 euros).



Ficha técnica | Teste Cannondale Scalpel 1 Lefty 2024:
» Info e lista de especificações completa (www.r-m.de)
» Galeria de fotografias (no Flickr)
» Texto e teste: Jorge D. Lopes e Rafael Prazeres
Rider nas imagens: Rafael Prazeres
Fotos e vídeo (captação): Jorge D. Lopes
Vídeoreview (edição e textos): Rafael Prazeres

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