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Partilha!Tweet Uma suspensão total de XC a "fugir" para algo mais? Ou vice-versa? Primeira vez em cima da Mondraker F-Podium Carbon DC RR 2021: um segmento rápido de asfalto e entrada a descer num curto single track que liga à zona de montes e vales repleta de trilhos que ia servir de “palco” à primeira sessão de teste da bike.PUB Ora, de imediato há uma questão que nos assalta: esta é uma suspensão total de XC a “fugir” para algo mais, um pouco para o trail, quem sabe para o all mountain? Ou será ao contrário? Ao contrário não é certamente, pois a Mondraker assume claramente esta novidade na gama F-Podium como uma bike de XC. E, por mais que alguns elementos e componentes aspirem a algo mais, toda a bicicleta convence que se trata de facto de um excelente exemplar para maratonas, para provas de XC e, claro, para toda e qualquer exigência das nossas voltas de fim de semana, por mais atribuladas que sejam. E venham elas, mesmo que atribuladas. Isto porque há aqui uma grande certeza, algo que notamos ao fim de apenas meia hora em cima desta Mondraker: a geometria do quadro mistura as mais positivas tendências do momento neste segmento de BTT com a tradição da marca, apesar de ter sido abandonada, como sabemos há já pelo menos uma geração, aquela curvatura na parte da frente do headtube. Agradecemos. O referido quadro é totalmente composto pelo Stealth Air Carbon “natural” da Mondraker que também encontramos na Podium Carbon, que é de momento uma das mais leves hardtail de sempre, senão mesmo a mais leve de todas.PUB Logo, esta F-Podium só não é mais leve porque, além da presença de alguns elementos que se justificam perfeitamente, está lá um mecanismo de suspensão traseira bem afinado e com uma construção tão diferente do normal como eficaz. Falamos de um total de 10,8 kgs anunciados (com os pedais e alguns itens adicionais supera os 11 kgs certamente). Esse amortecimento nota-se bem tanto a subir como a descer e trabalha bem com a geometria que também já mencionámos e que coloca a frente mais baixa, o peso no sítio certo e o controlo em níveis elevados. E se um dos objetivos da marca era criar aqui uma bike rápida e expedita, então isso foi conseguido. Cockpit ‘direto ao assunto’ O quadro (com cablagens todas internas e com sistema que impede que o guiador toque no toptube) e os restantes elementos parecem estar às distâncias certas uns dos outros. Além disso, o avanço é muito curto (em alumínio, também da linha OnOff Helium) e a fazer lembrar outros tipos de bikes. Há muito tempo que não víamos uma avanço com estas características num modelo de XC (50 mm no tamanho M). Obtém-se assim uma direção que parece ser mais direta do que em gerações anteriores e uma posição muito boa para atacar as subidas. Estranha-se ao início, depois entranha-se, porque o cockpit fica mesmo muito apurado, direto e até confortável.PUB Sim, com um quadro com esta geometria, com este avanço, com o guiador Onoff Helium Carbon de 760 mm com ligeira sobre-elevação e com o Zero Suspension System, sim, há conforto. Assim, além de sentirmos que a bike adequa-se à ação típica da competição de XC, também sentimos que está pronta para as grandes distâncias. Atenção a um aspeto: o quadro e o sistema de suspensão traseira permitem a instalação de apenas uma grade para bidão. Além de sentirmos que a bike adequa-se à ação típica da competição de XC, também sentimos que está pronta para as grandes distâncias. Falamos do sistema dual-link de amortecimento traseiro que tem apenas 100 mm no amortecedor Rockshox SID Luxe Ultimate RLR Debonair, mas que funciona bem em função do que se pretende. Não gostamos, contudo, da forma como podemos bloquear tanto esta suspensão como a frontal: é um comando rotativo no punho esquerdo, a fazer lembrar as mudanças de punho à antiga. Poupa espaço no guiador e “limpa-o” de cabos, mas é pouco prático. O Zero Suspension System é o responsável por o algum peso extra que esta Mondraker F-Podium Carbon DC RR 2021 apresenta enquanto bike de XC com preço de 7.999 euros, que é um valor, admitamos, elevado até para este segmento. A marca diz que o adicional em peso é compensado em dinâmica.PUB E isso testemunhamos claramente, visto que nas vezes que andámos na bike notámos que este é um sistema que não absorve energia em demasia ao utilizador, que consegue colocar tudo nas rodas ao mesmo tempo que absorve os impactos. Funciona e está na linha do que temos visto em modelos equivalentes de outras marcas, no fundo. Ágil e responsiva em qualquer terreno Há muito grip a subir, há muita correção e “perdão” a descer. Nas subidas em trilho técnico, é uma bike ágil, muito responsiva e com um cockpit afinado. Se fosse um pouco mais leve, voava montanha acima! Nas descidas técnicas, há confiança. Toda a bike transmite robustez e assim é nestes momentos. E devido a três elementos-chave: da suspensão de 120 mm à frente e do espigão de selim telescópico falamos agora, das rodas falaremos mais à frente. Ora, o primeiro componente é algo de que somos fás: não há nada melhor do que podermos baixar o selim antes de uma boa descida com saltos. Aqui, um Fox Transfer Performance com bloqueio no guiador, neste caso também do lado esquerdo. Aproveitamos e falamos já do selim: este Fizik Antares R7 deixa um pouco a desejar, não nos convence, e esta Mondraker, dado o preço, merece algo melhor neste aspeto. Há muito grip a subir, há muita correção e “perdão” a descer. Depois, a suspensão da frente. E aqui só podemos dizer maravilhas, obviamente, porque a Rockshox SID Ultimate RL 29 tem créditos mais do que firmados neste segmento de bicicletas. Dá confiança extra, absorve na medida certa e impede que nos despistemos em alguns trilhos mais exigentes, disso é certo. Não é algo excecional, já que todas as suspensões neste patamar de qualidade e preços se portem muito bem, mas diga-se que está mais do que à altura do que encontramos neste conjunto. O últimos desses três pontos que apontamos como responsáveis pelo bom comportamento a descer está relacionado com as rodas DT Swiss montadas nesta Mondraker. Uma surpresa cuja performance não conhecíamos. As DT Swiss XRC1501 Carbon Spline 29 são leves, como seria de esperar (não as mais leves do segmento, contudo…), rígidas e com uma largura de 30 mm como mandam as “regras” do XC no momento. Nada a apontar, pelo contrário, pois dão a esta Mondraker a estabilidade necessária para os trilhos mais atribulados e exigentes. E também a subir, claro, visto que quanto menos peso melhor, certo? Em complemento, os pneus tubeless Maxxis Rekon Race 2.35 cumprem a sua missão. Há grip com fartura no mato, na gravilha, nas pedras; no asfalto, a rolar, há mais resistência. O normal. Competência Shimano Falamos dos restantes dois aspetos que estão em falta nesta nossa análise de como se comporta a bela Mondraker F-Podium Carbon DC RR 2021, uma bike de eleição e forte aposta da marca: os travões e a transmissão. Comecemos pelo último ponto: pelo preço, gostaríamos de ter encontrado nesta bike um conjunto eletrónico, fosse ou não fosse da Shimano, pois conhecemos a eficácia e a autonomia dos mesmos. Em vez disso, está aqui uma solução também muito adequada: o conjunto Shimano XTR M8100, sendo que o desviador é da linha M9100. Uma cassete XT 10-51t perfeitamente adequada a todo o set e ao que se procura neste tipo de bicicleta, uma performance sem mácula mesmo depois de levar bastante “porrada” nas pedras, na lama, na areia. O que conhecemos deste conjunto, aliás, sempre a postos para deixar boa impressão. A outra parte da “equipa” é o pedaleiro de 34 dentes, neste caso da RaceFace e igualmente competente. Não se apresenta com guia de corrente e não precisa dela, sequer. Um de 32 dentes seria “curto”, este está no ponto. Uma cassete 10-51t perfeitamente adequada a todo o set e ao que se procura neste tipo de bicicleta. No momento da travagem, as sensações são as mesmas e a dinâmica é aquela que também conhecemos do sistema Shimano XTR M9100. Neste caso com disco de 180 mm à frente e 160 mm atrás, como mandam as regras. Potência na travagem, até porque o que esta Mondraker nos deixa fazer a descer irá sempre requerer uma forma apurada de conseguir abrandar na altura certa. Alguns destaques: Sistema de suspensão Zero Otimizado pela Mondraker para XC. E aqui é bem vísivel a forma como está construído este sistema, alojando na vertical o amortecedor Rockshox SID Luxe Ultimate RLR Debonair com 100 mm de curso. Espaço para apenas uma grade de bidão. Espigão de selim telescópico É responsável por mais uns gramas no total de peso de 10,8 kgs, mas é um componente que gostamos de usar nas descidas. Um dos apontamentos que mostra que esta Mondraker também faz uma “perninha” na vertente trail. Avanço Onoff Helium O pormenor de como o avanço de 50 mm (neste tamanho M) “abraça” o guiador de carbono com 760 mm de largura. Bloqueio das suspensões A parte onde está o logotipo da RockShox é o botão que bloqueia o sistema de rotação para trancar ambas as suspensões em simultâneo. Rodas DT Swiss XRC1501 Carbon Spline 29 Uma agradável surpresa: leves, rígigas, estáveis, capazes de ajudar o quadro em carbono a absorver muitos impactos e irregularidades. Suspensão frontal Rockshox SID Ultimate RL 29, 120 mm São 120 mm de curso e uma performance que nos ajuda a progredir tanto a subir como a descer. A nossa avaliação… Um “avião”, esta Mondraker F-Podium Carbon DC RR 2021, que adorámos experimentar e que transmite sensações brutais em qualquer tipo de trilho. Se é mesmo uma bike de XC no desempenho? Sim, claro. Não te deixes enganar pela geometria e por um ou outro componente “fora da caixa”: a bike é rápida, estável, forte a subir as partes mais técnicas. A desder, surpreende muito, principalmente graças a um sistema de suspensão total avançado e a uma robustez inegável e que se topa à légua, ainda mais quando estamos em cima da bike. Seguindo o epíteto de “avião”, a descer é um “bombardeiro”; mas dos agéis, daqueles que não falham e dão assistência máxima. Mas atenção: há aqui uma ou outra lacuna se atentarmos no preço; um sistema de transmissão eletrónico, por exemplo, ou um selim mais adequado às grandes distâncias. Por outro lado, há pontos menos convencionais e que são sempre bem-vindos, como é o caso do espigão telescópico. Ou seja, esta Mondraker é sem dúvida uma das bikes de XC de nova geração, talvez “moldadas” em função dos percursos de XC mais recentes, mais exigentes, mais técnicos, mas também mais rápidos. Ou talvez “esculpidas” pelas exigências dos riders profissionais, que procuram cada vez mais bikes a este nível, prontas para tudo, capazes de passar rapidamente em todo o lado, minimizando a probabilidade de queda e “puxando” pelo atleta. Não irá agradar a todos à primeira vista, deixando dúvidas aos maus puristas da modalidade. Mas os mais progressistas, aqueles que conhecem os desafios do trail, aqueles que gostam imensamente de descer, vão adorar esta “maravilha”. Um conselho: experimentar é fundamental. E relembramos que, assim, esta bike faz muito mais do que se espera dela, mesmo em percursos em toda a montanha. Pontos mais positivos: A geometria, o quadro em carbono e o sistema de suspensão total “comunicam” tão bem que a bike torna-se confortável e ao mesmo tempo capaz de atacar bem tantos as subidas técnicas como as descidas dignas dos percursos de trail e enduro, até. Alguns componentes “fora do normal” no XC, como o espigão de selim telescópico e o cockpit com avanço de 50 mm. O conjunto de componentes em geral, apesar de pelo preço poder ser interessante encontrar aqui um grupo de transmissão eletrónico. As rodas DT Swiss XRC1501 Carbon Spline 29. Pontos a melhorar: Não nos agradou o selim, principalmente em treinos de mais de 100 kms. O bloqueio das suspensões, que é rotativo e integrado no punho esquerdo, de certa forma. Pouco prático, apesar de ser possível habituarmo-nos ao sistema. Todas as fotos: Galeria de pormenores: Especificações da Mondraker F-Podium Carbon DC RR 2021: Quadro: F-Podium 29 Stealth Air Full Carbon, sistema de suspensão Zero optimizado para XCO Suspensão frontal: Rockshox SID Ultimate RL 29, 120 mm Suspensão traseira: Rockshox SID Luxe Ultimate RLR Debonair, 100 mm Espigão selim telescópico: Fox Transfer Performance Guiador: Onoff Helium Carbon, 760 mm Rodas: DT Swiss XRC1501 Carbon Spline 29 Pneus: Maxxis Rekon Race 29×2.35, EXO, tubeless ready Selim: Fizik Antares R7 Avanço: Onoff Helium (50 mm no tamanho M) Punhos: Onoff Desert, 1lock-on, 135 mm Pedaleiro: Race Face Next SL Carbon 34t Cassete: Shimano XT M8100 (10-51t) Desviador: Shimano XTR M9100 12x Corrente: Shimano XT M8100 12x Travões: Shimano XTR M9100 180/160 mm Peso: 10,8 kg Preço: 7.999 euros Site oficial: Mondraker F-Podium Carbon DC RR 2021 Neste teste: Texto: Jorge D. Lopes Fotografia e vídeo: Tiago Sousa Rider: Jorge D. Lopes Capacete: MET Vinci Mips Sapatos: DMT DM3 (Tecnocycle.com) 100% Spreedtrap (SpeedFreak.pt)
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