Evolução. É esta a palavra principal em torno deste assunto, felizmente. A tecnologia de ponta nos capacetes dos tempos que correm são sinónimo de mais segurança aquando do uso deste capacete, algo que é obrigatório por lei. Recordamos: é obrigatório usar capacete quando a andar de bicicleta!

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Mas o que queremos mesmo focar neste artigo é os avanços e sistemas, uns mais tecnológicos que outros, que as várias marcas de capacetes vão adicionando aos vários modelos que produzem e colocam à venda. Aqui fica um resumo…

As partes de um capacete

Antes de mais, é importante saber o que constitui um capacete, as suas habituais configurações e os materiais utilizados no fabrico:

  • Carcaça: A parte exterior do capacete, geralmente feita de plástico ABS, mas com um crescimento da utilização do policarbonato ou da fibra de carbono. Pode também ser feita de grafeno ou fibra de vidro.
  • Capa interior (ou acolchoado): Feita geralmente de poliestireno expandido EPS. É a zona mais importante do capacete, já que está encarregue de absorver o impacto. Ultimamente é normal encontrar uma espécie de “esqueleto” ou outras estruturas na parte interior do EPS, para dar maior rigidez.
  • Sistemas de fixação e retenção: As cintas ou correias que permite a fixação do capacete na cabeça e os sistemas de ajuste internos e externos, eventualmente. Os sistemas de fecho, geralmente, são de fivela com clip, enquanto os ajustes internos mais utilizados são os de roda do tipo BOA (ou similar).

Técnicas de fabrico

Todas estas partes formam uma estrutura resistente para que o capacete nos possa trazer segurança em casa de queda e/ou impacto. Mas quais são as técnicas e tenologias de fabrico mais utilizadas hoje?

  • Ligar a carcaça exterior à capa interior: Uma fórmula em desuso, mas que ainda é utilizada na construção de modelos de iniciação. Apresenta como grandes desvantagens o rápido envelhecimento, a pouca leveza e a eventual fraqueza perante impactos.
  • Tecnologia In-Mold: É a fusão da carcaça exterior na fase de injeção do poliestireno EPS, criando assim uma forma mais rígida, resistente ao impacto e muito mais leve.
  • Tecnologia Hybrid In-Mold: É o resultado da combinação dos dois referidos sistemas atrás.

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Tecnologia de ponta nos capacetes

 Ao mesmo tempo que o desenvolvimento das bicicletas foi evoluindo, também os fabricantes de capacetes foram avançando na segurança e funcionalidade de cada novo modelo. Estas são as tecnologias mais comuns nos capacetes atuais:

MIPS (Multi direcional Impact Protection System)

A ideia surgiu em 1995 pelo cientista Hans Von Holst, que viu que o impacto que o capacete sofre não é transmitido para o nosso cérebro da mesma maneira.

Nesse sentido, o sistema MIPS permite uma certa rotação da parte interior do capacete em relação à exterior para minimizar o efeito, diminuindo assim a probabilidade de danos cerebrais.

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MIPS x Specialized

ANGi

Este não é um sistema de proteção, mas sim de aviso. Patenteada pela Specialized, esta é uma tecnologia que liga um sistema eletrónico instalado no capacete (ANGi) ao smartphone do utilizador através da app Specialized Ride.

O referido sistema tem a capacidade de detetar o movimento anormal causado por um eventual acidente, como acontece com alguns GPSs, e ativa uma contagem regressiva no smartphone.

Caso o utilizador não aceda desde logo à app para interromper essa contagem, é emitido um alerta com as coordenadas de localização GPS para os  contactos de emergência predefinidos.

Fluid Inside

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Beeq

Este sistema baseia-se numa matriz de cápsulas à volta da cabeça e fixadas no interior do capacete. Quando o capacete salta da cabeça, cada conjunto de cápsulas consegue gerir as forças lineares e rotacionais para atuarem no tecido mole do cérebro. Esta tecnologia foi patenteada pela MIPS.

SPIN (Shearing Pad INside)

Este sistema foi desenvolvido pela POC e toma como base o MIPS. A sua finalidade é mitigar as forças rotacionais de um impacto, pelo que para isso são utilizadas almofadas especiais que se adaptam ao crânio e permitem a essa rotação.

Matérias primas de topo

Outro dos grandes avanços relacionados com o fabrico de capacetes é a utilização de materiais mais premium, mais sustentáveis e mais “tecnológicos”, por assim dizer, e que trazem mais segurança e comodidade:

Policarbonato

É um termoplástico facilmente moldado e com grande resistência aos impactos e ao calor. A inovação está na forma como é aplicado e construído, permitindo a produção de carcaças monocasco ou multicapa.

Fibra de vidro

Muito utilizada no motociclismo e nas vertentes do ciclismo que utilizam capacetes igualmente resistentes e robustos, como o downhill, por exemplo. É composta por filamentos de vidro unidos por polímeros ou resina. É menos leve que a fibra de carbono, mas mais económica.

Fibra de carbono

Este material também está presente nos capacetes e com base num fabrico através de fibras entrelaçadas, por assim dizer. É das matérias primas mais leves, mas encarece o produto final.

Grafeno

É um material derivado do grafite cuja estrutura básica é formada por átomos de carbono dispostos de forma hexagonal. Quando dá lugar a estruturas de lâmina, consegue tornar-se um material até 200 vezes mais resistente que o aço. E é mais leve.

Koroyd Impact Protection

O resultado da união de milhares de tubos de um copolímero, através de um processo térmico, conseguindo resultados de absorção de impacto e de transpiração incomparáveis (segundo o fabricante, superiores ao EPS).

Wavecel

Uma estrutura interna para capacetes de ciclismo que mostra um fabrico semelhante ao Koroyd na sua forma.

Este material, sistema e tecnologia são algo exclusivo da Bontrager, apresentando-se como uma espécie de estrutura de células dobráveis e que vem substituir a espuma de EPS no interior do capacete.

Bontrager WaveCel Helmets

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Fotos: Bontrager // Catlike // POC // Smith

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