Num dia marcado por muito calor, mas com o pelotão a enfrentar a etapa com relativa tranquilidade, uma fuga nos últimos três quilómetros e todos se lembraram como num segundo tudo pode mudar numa corrida. Um susto que acabou por reduzir o número de ciclistas que discutiu a vitória na primeira etapa da Volta a Portugal, mas que não mexeu com a geral.

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A queda aconteceu nos últimos três quilómetros, pelo que quem estava no pelotão não perdeu tempo, mesmo que tenha ficado “cortado”. Tomas Contte (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho) foi dos que ficou mais mal tratado e precisou de uma bicicleta. O quadro da que utilizava partiu.

Scott McGill é que manteve sempre o foco em alcançar um objetivo definido pela Wildlife Generation: vencer.

Pode ser uma equipa desconhecida por cá, com o ciclista a procurar a sua primeira vitória na carreira. Aos 23 anos ela aconteceu, em Elvas. Mais um corredor que não vai esquecer Portugal.

Até acabou por triunfar com autoridade, batendo o britânico Oliver Rees (Trinity Racing) – líder da juventude – e Mauricio Moreira. É o líder da Glassdrive-Q8-Anicolor para lutar pela geral, mas o uruguaio não vira as costas a uma oportunidade para ganhar uma etapa.

João Matias (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados) foi o melhor português, na quarta posição.

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Rafael Reis cortou a meta um pouco depois, calmamente, sabendo que a camisola amarela ia continuar a ser sua, mantendo os nove segundos de vantagem que amealhou no prólogo em Belém sobre o companheiro de equipa Mauricio Moreira e Oliver Rees.

A etapa esperada

O líder da Volta a Portugal espera manter-se como tal até domingo, altura que espera “ceder” a amarela a um colega de equipa. Rafael Reis não gostou da parte final do percurso, tendo também referido que a equipa acabou por controlar muito mais a etapa do que se calhar deveria.

Porém, com as equipas dos sprinters a só aparecerem mais perto do final, Fábio Costa e Afonso Eulálio tiveram um dia de muito trabalho na frente do pelotão.

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João Macedo (LA Alumínios-Credibom-Marcos Car) bem tentou lutar pela montanha e foi para a fuga com esse objetivo. Do quarteto que se formou e que acabou cedo numa dupla – Macedo e Jose Maria Garcia (Electro Hiper Europa-Caldas) – e o português ainda esteve sozinho a tentar os preciosos pontos na segunda contagem de montanha de quarta categoria, em Vila Boim.

Havia sido primeiro em Montemor (também quarta categoria), mas foi apanhado pelo pelotão antes e Hugo Nunes (Rádio Popular-Paredes-Boavista) aproveitou para ser ele o líder da montanha.

É uma classificação que já ganhou em 2020 e o diretor da equipa, José Santos, não só o quer ver novamente como rei da montanha, mas até assumir mais responsabilidade.

Fergus Browning (Trinity Racing) esteve na fuga para ganhar as metas volantes, mas com a vitória na etapa, a camisola verde dos pontos ficou para McGill. Viktor Manakov (ABTF Betão-Feirense) foi o outro homem da escapada.

Joey Rosskopf (Human Powered Health) ainda tentou uma ataque surpresa, mas sem sucesso.

Se não fosse a queda e quase se poderia dizer que teria sido um dia tranquilo, ainda que o muito calor não tenha tornado a mais longa etapa da Volta nada fácil.

Uma ida a Espanha antes de regressar a um local bem conhecido

Parece ser quase irresistível dar um salto a Badajoz quando se está por Elvas. E assim será este sábado. A cidade espanhola entrou este ano no percurso da Volta a Portugal e será de lá que o pelotão arrancará às 12h25 (hora portuguesa) para mais um dia longo na bicicleta: 181,5 quilómetros.

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Os ciclistas vão regressar rapidamente a Portugal, ficando pelo interior. Com muitos já a pensar que domingo é dia de subir à Torre, a montanha será um pouco mais complicada do que a desta sexta-feira, mas ainda longe do que espera ao pelotão na Serra da Estrela.

Haverá três contagens de terceira categoria: Monte Paleiros (91,1 quilómetros), Serra de São Miguel (145,5) e Retaxo (168,3). O mesmo número de metas volantes: Campo Maior (14,3), Portalegre (83,5) e Vila Nova de Ródão (151,7).

A meta estará em Castelo Branco, cidade já mais habituada a estas andanças da Volta e onde, há um ano, venceu o americano Kyle Murphy (Human Powered Health) e que este ano aponta tentar repetir o triunfo.


Classificações completas:


Imagens: Agnelo Quelhas e Fernando Correia/Podium Events

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