Quando testámos a nova Specialized Turbo Levo SL na primeira edição da GoRide Magazine, o Vasco Santos, que é o membro da equipa GoRide que fez as experiências, soltou a seguinte expressão a dada altura: “É tão leve que até voa…”. A partir daí foi só juntar a bicicleta a alguns convites de amigos pilotos de parapente… O resultado: saltar de parapente numa e-bike. Sim, aconteceu mesmo. Basta verem o vídeo acima até ao fim.

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saltar de parapente num e-bike

Mas antes de vos mostrarmos mais fotos exclusivas desta produção, que estão numa galeria ao fundo deste artigo, queremos tentar perceber por que razão alguém tem uma ideia como esta. Foi só mesmo para curtir ou o Vasco tem algo na “manga”?

“Nada na manga”, confessa. “Como mentes criativas que somos e produtores de vídeo, ideias não faltam. O que acontece muitas vezes é que das 100 ideias que temos por semana, só pomos em prática dez. E esta não foi fácil a nenhum nível, especialmente porque a equipa por detrás deste vídeo ainda era grande e bastava não haver vento no dia das filmagens e ia tudo por água a baixo. Tal como aconteceu duas vezes em dias diferentes”, lembra Vasco.

Para termos uma ideia, foram cerca de 15 pessoas que permitiram filmar algo deste género, “sem elas não teria sido possível fazer a acrobacia e produzir o vídeo”. Desde a parte da preparação, idealização e planeamento até aos dias das filmagens em si, muita foi a logística até ao momento da edição das imagens. “Quando surgiu a ideia, não tínhamos ideia da complexidade desta aventura”.

A preparação é determinante

“Preparar o corpo é fácil: é só continuar a andar muito de bike (risos)”. Mas Vasco garante que é mais importante preparar a mente para um salto como este, “numa perspetiva de planear e desenhar diferentes cenários que pudessem eventualmente acontecer. Bons e maus.”.

Quanto ao material e afins, a logística complica. Foi pena a equipa não ter conseguido conseguir fazer um “behind the cenes” mais elaborado, visto que foram precisos três dias de planeamento e testes. “Nesses três dias saltei com a bicicleta das janelas de um 4º andar num prédio (em rapel), juntamente com o Sérgio Lemos, que é o corajoso e experiente piloto de parapente desta aventura”, conta Vasco.

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“Tivemos obrigatoriamente de fazer isto porque não sabíamos bem qual a distância ideal entre mim e o piloto, para que eu não rodasse durante o voo e aterrasse de costas, por exemplo”, explica. Os intervenientes no salto não sabiam bem qual o timing e altura para o piloto da bike se largar na aterragem, por isso tiveram de testar tudo antes de irem voar.

Foram assim feitos inúmeros testes de material de segurança, linhas de vida, arneses e sistemas de quick release. Durante estes dias de preparação andaram numa carrinha cheia de material de escalada, incluindo muitos metros de corda. Vasco agradece ainda o apoio do Tiago Alves, “que foi cinco estrelas devido à sua vasta experiência na área da segurança em trabalhos verticais e paraquedismo”.

Qual a sensação…?

Mas qual é afinal a sensação de estar lá em cima e depois aterrar com a bike, perguntamos… “Não vou mentir: na descolagem tive muito medo. O vento esteve bom durante duas horas e 15 minutos antes de descolarmos simplesmente acabou. O risco de não conseguir descolar e de eu, que estava mais a baixo do piloto, poder raspar na encosta até ao penhasco era elevado”.

O maior desafio foi o facto de nada ter corrido como planeado no dia do voo. Tudo o que dependia da equioa estava controlado e testado; tudo o que não dependeu deles correu de um modo totalmente diferente, pelo que tiveram de se adaptar à situação. “O voo só durou cinco minutos porque o vento acabou e muitos planos cinematográficos que gostaríamos de filmar não aconteceram. Ou seja, tudo o que tínhamos no script foi alterado, toda a história e conceito do vídeo tiveram de ser totalmente alterados”, lamenta o protagonista do voo.

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“Valeu a vasta experiência do Guilherme Ribeiro, que foi incansável a filmar e a arranjar soluções criativas para que pudéssemos ter um vídeo totalmente diferente do que tínhamos idealizado. Assim, com a grande ajuda do Ricardo Pinto e do Rui Jorge, tanto a filmar como a fotografar, o resultado ficou brutal!”, conta Vasco.

Em relação ao voo em si, encontrar o dia e o sítio certo foi o maior desafio. O grupo esteve quase a desistir duas vezes porque foram a Sesimbra, à Arrábida e à Fonte da telha, com tudo pronto, e o vento não colaborou.

E o momento mais fixe de todos?

“Claro que estar no ar é sempre incrível, ainda por cima no dia lindíssimo que esteve, mas com esta equipa incrível foi um prazer também partilhar com todos o entusiasmo e ao mesmo tempo o medo”, refere Vasco. “Porque sabíamos que as probabilidades de não conseguirmos fazer as coisas eram muito grandes”. Mas, honestamente, o autor da ideia garante que o momento mais fixe de todos é mesmo “quando chegam à versão final do vídeo e disfrutam do resultado”.

A bike certa?

Por fim, quisemos saber o porquê da escolha da e-bike Specialized Turbo Levo SL em particular: “Sendo a bicicleta elétrica mais leve do mercado, ajudou bastante. Este “stunt” é muito arriscado e o peso é um fator a ter em conta. Por outro lado, esta é uma bike muito especial e é uma bicicleta de sonho. Por essa razão, quisemos mesmo fazer uma analogia entre a bicicleta e um sonho”. Não fosse este o título do vídeo… Resta-nos agora esperar pela próxima aventura!

Créditos da produção do vídeo e da reportagem:

Produção: HUMANEYES x VASCO SANTOS
Rider: Vasco Santos
Piloto de parapente: Sérgio Lemos – Voo de Sonho
Câmara: Guilherme Melo Ribeiro
Drone: Ricardo Pinto
Fotografia: Rui Santos Jorge e Ricardo Pinto
Sound Design: Francisco Salgado
Técnico de segurança: Tiago Alves
Assistentes de produção: Aurelie Rascão, Francisca Salvador, Catarina Duarte

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Todas as imagens da reportagem:

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