Primoz Roglic venceu nos Lagos de Covadonga depois de uma etapa frenética (17.ª) que ficará para os compêndios do ciclismo. A batalha e o ritmo elevadíssimo começaram desde o início da jornada e no mítico cume dos Picos da Europa o esloveno ganhou com 1.35 minutos de vantagem sobre o companheiro de equipa na Jumbo-Visma, Sepp Kuss.

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Roglic foi o único a seguir Egan Bernal quando o colombiano da Ineos Grenadiers virou a corrida do avesso, a 61 km do fim. Mas a 7,5 km da meta, já na subida dos Lagos, o líder da Jumbo arrancou imparável para a vitória. É o novo camisola vermelha, com um avanço significativo sobre Enric Mas (Movistar), a apenas quatro dias da derradeira etapa, em Santiago de Compostela.

O pelotão da Vuelta 2021 enfrentou um ícone e um monstro do ciclismo esta quarta-feira, na etapa de 185,8 km até aos míticos Lagos de Covadonga, uma subida de 12,5 km com inclinação média de 6,9% e máxima de 20%, que culminava 3500 metros de desnível acumulado.

A primeira subida do dia, a Alto de Hortiguero (5,3 km, 4,7%), não foi suficiente para produzir-se uma fuga duradoura, depois de 80 km a alta velocidade e só na primeira passagem (de duas) na subida de 1.ª categoria, La Collada Llomena (7,6 km, 9,3%) se rompeu o pelotão.

No final dessa subida, Mikel Landa (Bahrain Victorious) ataca no grupo principal para alcançar os fugitivos, mas a Jumbo-Visma estabeleceu um ritmo duro na perseguição, mantendo as distâncias abaixo de um minuto. Esse ritmo foi demasiado para o camisola vermelha Odd Christian Eiking (Intermarché-Wanty-Gobert Matériaux), que perdeu o grupo no último quilómetro.

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Bernal lança ataque de longe

O líder da geral reintegra-se na descida seguinte, e todos os fugitivos também são alcançados quando a Ineos de Egan Bernal aumenta o andamento na segunda subida de La Colla Llomena. Eiking, agora, já não aguenta e despede-se, logo aí, da liderança da prova.

Bernal ataca, então, a 5 km do cume, faltando 61 km para a meta. Audaz. Apenas Primoz Roglic segue o movimento do colombiano, vencedor do Giro de Itália de 2021. Gino Mäder e Wout Poels conduzem a perseguição por Jack Haig (Bahrain Victorious). No primeiro grupo (com Guillaume Martin) está a 45 segundos e Eiking a 1.45 m. Roglic é o novo líder da classificação virtual.

Roglic reina nas Astúrias

A diferença aumenta para 2.20 minutos na descida, antes do trabalho de Bahrain, Cofidis e Bora tê-la reduzido para 1.30 m na base da subida final, os temíveis Lagos de Covadonga. Depois de uma queda na descida, Eiking já rola a mais de 4 minutos.

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Em plena subida, a 7,5 km da meta, Roglic aumenta o ritmo e Bernal não resiste. O esloveno segue isolado para a vitória e para recuperar a camisola vermelha, enquanto o colombiano é alcançado no último quilómetro, onde Sepp Kuss (Jumbo-Visma) acelera para o 2º lugar na etapa, 1.35 minutos depois do seu líder, que após esta sua jornada épica dispõe de uma vantagem de 2.22 minutos sobre Enric Mas (Movistar), o segundo na classificação geral.

Quinta-feira disputa-se a etapa rainha, com chegada ao terrível Alto do Gamoniteiro, ainda nas Astúrias, e muito aguardada subida estreante na Vuelta.

“No ciclismo, sempre há risco. Muitas coisas podem acontecer. Não pensei em responder a Bernal, mas deixei-me ir com ele. Ainda pensei, é muito longe e ainda há uma subida bem difícil no final, mas estava bem. Foi um espetáculo, uma grande corrida”, afirmou Roglic no final. “Depois, nos Lagos tentei subir o mais rápido possível. Vi que Egan já não me seguia e fui sozinho”, explicou o esloveno.

Quanto a Bernal, felicitou Roglic. “Não gosto de ficar apenas nas rodas, muitas vezes precisamos, mas este é o verdadeiro ciclismo. Tenho sofrido muito durante esta Vuelta e finalmente tive boas pernas”, disse o corredor da Ineos. “Estou feliz por fazer parte desta vitória de Roglic, porque ele foi corajoso. Já estava a liderar a classificação e foi comigo e a colaborar. Foi o mais forte hoje e estou feliz por ele”, disse Bernal.

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