O diretor da Amstel Gold Race, Leo van Vliet, negou com veemência que o carro da organização tenha tido qualquer influência no resultado da clássica disputada no último domingo.

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O veículo que transportava aquele responsável ultrapassou Tadej Pogacar quando a diferença do esloveno para Ben Healy era de apenas 20 segundos e a faltarem 10 kms para a chegada. Nesta, a diferença entre Pogacar, que venceu a prova, e Healy (EF Education-EasyPost), segundo classificado, foi de 38 segundos.

Imagens de TV mostraram que o veículo do diretor da corrida permaneceu próximo de Pogacar imediatamente após ultrapassar o corredor da UAE Emirates, gerando acesa controvérsia nas redes socais e alguns comentários sarcásticos do diretor da EF Education EasyPost, Jonathan Vaughters.

“Trabalho de qualidade dos organizadores da corrida… Corridas atrás do carro, como na pista atrás da moto, são sempre mais emocionantes. Creio que estão trazer a moda para a estrada”, escreveu Vaughters no Twitter, sobre a situação.

No entanto, Van Vliet rejeitou as acusações de que o tempo que o carro esteve demasiado perto de Pogacar foi de cerca de um quilómetro. O diretor da Amstel Gold Race insistiu que o seu carro não teve escolha a não ser estar um breve lapso de tempo na frente de Pogacar, por razões de segurança.

“Estávamos atrás de Tadej Pogacar e Ben Healy aproximou-se, por isso tivemos de passar o primeiro”, disse Vliet ao jornal AD. “Não é verdade [que o carro esteve ao longo de um quilómetro à frente do esloveno, fornecendo-lhe proteção]. Observe-se as imagens da TV. Isso não o ajudou. Eu também corri. Não consigo imaginar isso [dar abrigo propositadamente a um corredor]”.

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“Por que é faria isso, que benefício me traria?”, acrescentou. “Estávamos muito à frente dele. Não houve nada de errado”, reforçou.

Van Vliet destacou que, como diretor de corrida, sabia que a estrada estreitaria pouco depois e que seria perigoso tentar aumentar a distância entre ele e Pogacar mais rapidamente. O responsável rejeitou a ideia de que preferiu que Pogacar ganhasse a corrida do que Healy. “Deixe-os dizer isso. Não posso fazer nada sobre isso”, declarou.

O próprio Pogacar foi questionado sobre o incidente na conferência de imprensa pós-corrida e reconheceu que o carro estava muito próximo. No entanto, o vencedor da clássica neerlandesa afirmou que o carro do diretor passar para a frente ou para atrás do corredor que está em fuga acontece em todas as corridas, não apenas na Amstel Gold Race. E concordou com a afirmação de Van Vliet de que essa proximidade entre ele e a viatura não durou muito tempo.

“A certo momento estivemos muito próximos. Creio que não é positivo que isso suceda, mas os veículos da organização fazem-no a toda a hora, ora estão na frente, ora recuam, ora ultrapassam. É assim nas corridas”, disse Pogacar.

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“Não posso fazer muito, apenas pedalar o mais forte possível. Nas não creio que o carro tenha estado muito tempo à frente quando esteve muito perto”, referiu.

No Twitter, Vaughters admitiu que mesmo que Healy tivesse conseguido recuperar o contato com Pogacar, provavelmente teria perdido a corrida.

“Devo dizer algo mais produtivo e sensato aqui [na rede social]: o problema é que vemos veículos a influenciar os resultados das corridas com frequência. Às vezes a nosso favor, às vezes não. Não deve acontecer. Mesmo que Healy recuperasse, Pogacar provavelmente teria vencido ao sprint, mas nunca se sabe. A verdade é que estas coisas denigrem a verdade desportiva”, argumentou o diretor da EF.

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Imagens: Eurosport TV e Amstel Gold Race Twitter

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