A terrível queda coletiva no final da segunda etapa da Volta a Burgos, na última quarta-feira, está a dar muito que falar. O corredor italiano Edoardo Affini (Jumbo-Visma) criticou a União Ciclista Internacional (UCI) por permitir que o organizador da corrida espanhola estabelecesse a reta final da etapa numa estrada com uma banda sonora tão alta, responsabilizando o organismo pelo acidente.

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“Cara UCI, depois de tudo o que já aconteceu, permitir um final de etapa com uma lomba tão alta nos últimos 800 metros e num troço de altíssima velocidade é lamentável e inaceitável”, denunciou o corredor de 26 anos, que escapou à carambola. A referida banda sonora esteve na origem da queda do seu companheiro de equipa, David Dekker, que arrastou com ele todo o pelotão.

Paralelamente a esta crítica à UCI e ao percurso, Affini voltou também à polémica que cresceu nas redes sociais sobre a celebração da Jumbo-Visma na meta após o seu ‘hat-trick’ na etapa [os primeiros três lugares].

“Antes que toda a gente comece a escrever parvoíces, quero esclarecer as coisas. Eu estava no meio de um esforço de sprint, vi um companheiro de equipa ultrapassar-me a 200 metros do final e celebrei, sim! Sobre a queda grave, que ocorreu atrás, sinto-me muito triste por todos os envolvidos “, disse o corredor transalpino, que foi segundo classificado na etapa.

Palavras que se juntam às do seu companheiro de equipa e vencedor da etapa Timo Roosen: “Se soubéssemos que a queda fora tão aparatosa, nunca teríamos comemorado”, disse o neerlandês.

Entretanto, o organizador da Volta a Burgos, através do diretor de prova, Marcos Moral, não quer assumir total responsabilidade pelo acidente, alegando que o erro principal foi cometido por David Dekker.

“Não era uma banda sonora, mas uma passagem de peões, que não tinha mais de 2,5 centímetros de altura e uma rampa”, começa por explicar aquele responsável. “Esse obstáculo estava indicado por marcações no chão e por bandeiras. E é impossível remover rotundas ou passagens daquelas, foi um erro do corredor [David Dekker]. Ele próprio reconheceu-o e pediu desculpa, e eu também peço… Não estou a dizer que a culpa é só dele, é de todos, mas não podemos demonizar o organizador, porque o obstáculo estava sinalizado. Mas de qualquer modo assumimos a nossa parte de responsabilidade”, afirma Marcos Moral.

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