Lidl-Trek revoluciona as Clássicas: a transmissão monoprato pode mudar o ciclismo?

Certamente que não é a primeira vez que vemos este tipo de “estratégia” no WorldTour, mas, o que é certo é que a transmissão monoprato (1x) tem resultado muito bem para a Lidl-Trek nesta época de Clássicas. Agora a equipa decidiu explicar…

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A decisão da Lidl-Trek de correr as Clássicas de Primavera com uma configuração de transmissão monoprato (1x) Sram Red XPLR AXS está a dar que falar entre a comunidade World Tour. Uma aposta ousada? Sim. Mas uma aposta com lógica e que pode ditar um novo rumo para o ciclismo profissional.

Menos é mais? A escolha do 1x nas clássicas

As corridas de pavé são brutais tanto para ciclistas como para bicicletas. Quem já assistiu a uma Paris-Roubaix ou a um Tour de Flandres sabe que os empedrados “infernais” destas provas destroem rodas, desviadores e, não raramente, acabam com as aspirações de grandes campeões.

Foi com esta realidade em mente que a Lidl-Trek decidiu experimentar a transmissão 1x, eliminando o desviador dianteiro e tornando o sistema mais simples, robusto e fiável, explicam.

Somos os primeiros a usar esta configuração. Se alguém fizer o mesmo no próximo ano, está apenas a copiar a nossa ideia. (Glen Leven)

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Foi Glen Leven, gestor técnico da equipa, quem primeiro testou o Sram XPLR nas estradas de gravel do Luxemburgo. O desempenho surpreendente da transmissão em terrenos acidentados fez o click para Glen: “Se funciona bem aqui, porque não no pavé?”.

A ideia foi apresentada aos ciclistas e rapidamente Mads Pedersen e Alex Kirsch validaram o conceito nos testes em janeiro deste ano, diz a equipa. O resultado? “Nunca mais voltamos ao 2x no empedrado!”, garantiram os atletas.

Vantagens do 1x para o pavé

O grande trunfo da transmissão 1X Sram XPLR é a redução de riscos. Sem desviador dianteiro, há menos hipóteses de falha mecânica e menos preocupações com trocas de prato.

 

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O desviador traseiro XPLR foi concebido para resistir a impactos e oferece mudanças estáveis, mesmo sob cargas elevadas, dizem. Outra vantagem? A cassete 10-46t de 13 velocidades, que garante praticamente o mesmo alcance de mudanças que um tradicional 2x com 24 mudanças, diz a Lidl-trek.

E os resultados começam a aparecer. Mads Pedersen venceu a Gent-Wevelgem com um ataque a solo a 60 km da meta, provando que o sistema funciona em competição ao mais alto nível. No mesmo dia, Jonathan Milan terminou em terceiro e Elisa Balsamo foi segunda na prova feminina, ambos também com o setup 1x…

O desafio das mudanças e a adaptação ao 1x

Mas nem tudo são rosas… A maior desvantagem do 1x é a menor progressão entre mudanças, algo que se torna mais notório em subidas como o Oude Kwaremont, no Tour de Flandres, por exemplo.

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Nos momentos em que os ciclistas precisam de mudar rapidamente entre mudanças leves e pesadas, podem perder alguns segundos face a um sistema 2x.

No entanto, Pedersen destacou que, com o sistema 1x, já não perde tempo a garantir que a corrente engatou corretamente no prato maior. Portanto, e resumindo, perde-se um pouco nas transições, mas ganha-se em fiabilidade e estabilidade.

Uma nova era para as Clássicas?

A escolha da Lidl-Trek pode marcar o início de uma nova era no ciclismo profissional. Com menos complicações mecânicas e um desempenho comprovado, a transmissão 1x pode tornar-se uma tendência para as provas mais exigentes.

Isto é algo que não é novidade, e já temos visto, inclusive, a utilização de monopratos na Visma Lease-a-Bike e na Red Bull Bora-Hansgrohe. Primoz Roglic é também um dos grandes impulsionadores deste sistema na estrada…

No entanto, e dados os avanços tencológicos nesta área, agora há maior compatibilidade entre os componentes SRAM, com o padrão Universal Derailleur Hanger (UDH), algo que permite misturar peças de estrada e de BTT para criar setups inovadores. O que podemos esperar mais? Só o futuro o dirá!

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Crédito imagens: Lidl-Trek