Miguel Indurain venceu a Volta a França cinco vezes consecutivas e desde 1995, ano do último triunfo do célebre corredor espanhol, apenas dois ciclistas conseguiram vencer duas edições seguidas da Grande Bloucle. Chris Froome (3: 2015, 16 e 17) e Tadej Pogacar (2: 2020 e 2021).

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A proeza do esloveno da UAE Emirates é apenas um dos fatores que levam Indurain a apontá-lo como a referência no ciclismo atual. “Ganhar um Tour pode ser considerado uma surpresa”, disse o navarro ao jornal espanhol El Mundo Deportivo, “mas ganhar dois faz dele o ponto de referência”.

A capacidade de Pogacar passar incólume aos incidentes próprios de uma grande volta é outra das qualidades destacada por Indurain que reforça a sua convicção sobre o seu sucessor. “Ele [Pogacar] soube como passar por um Tour onde houve muitos acidentes e momentos difíceis, e isso é extremamente revelador”.

Indurain descreve Pogacar como “um corredor de enorme qualidade e de sangue-quente que gosta de atacar de longe e muito bom no contrarrelógio”. Mas não só. “Começa e termina a temporada a vencer… É um corredor corajoso e forte durante todo o ano. Os seus rivais vão passar por momentos difíceis”, afirmou Don Miguelón.

Apesar dos elogios a Pogacar, Indurain alerta para os riscos do ciclismo moderno ao colocar pressão excessiva sobre a geração mais jovem, e dá como exemplo os corredores espanhóis perante a ‘reforma’ iminente de Alejandro Valverde.

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“Em Espanha temos Valverde, que ainda está a um bom nível, mas não é o que era. E há aqueles que vêm logo atrás dele, os Izagirre [Ion e Gorka], [Mikel] Landa ou [Enric] Mas, mas também outros muito jovens [Marc] Soler ou Juan Ayuso”, refere Indurain, para logo reforçar a sua opinião sobre o tema.

“Mas há uma grande mudança, falando da nova geração. Estamos a colocar os nossos jovens corredores sob pressão, porque estamos a ver que Valverde está a chegar ao fim e queremos encontrar rapidamente um sucessor. Mas há muita competição, há que aprender a correr em cada categoria, porque são todas diferentes. Os jovens espanhóis têm muita qualidade, mas precisam continuar a progredir como até agora”, diz o Trem de Navarra.

Indurain afirmou ainda, na mesma entrevista ao El Mundo Deportivo que fatores os jovens atualmente têm “mais acesso à informação e tecnologia, cuidam-se melhor do que as gerações anteriores”, e que isso “ajuda-os a atingir o pico mais cedo”, mas avisa:

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“Não creio que o ciclismo, em si, tenha mudado muito. Há mais tecnologia, como em todos os desportos, mais informações sobre como gerir o esforço e com certeza há novas subidas de montanha, mas as clássicas continuam… clássicas”, argumentou o antigo corredor da Banesto.

“Portanto, as bicicletas e os limites de desempenho evoluem, mas numa corrida ou pedala-se [forte] ou não há como avançar…”, conclui Miguel Indurain.

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