A Clássica Ribeiro da Silva abriu as portas à elite e a Glassdrive/Q8/Anicolor não desperdiçou a oportunidade para somar mais uns triunfo esta temporada. Já são oito e metade são de Luís Mendonça que, a correr em casa – região de Paredes -, deixou a concorrência a vê-lo a celebrar em Lordelo a vitória na segunda etapa e na geral.

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Já são oito triunfos, ao que acresce outros tantos em classificações secundárias, além das três conquistas em sub-23 de Pedro Silva (Taça de Portugal, etapa e classificação dos pontos na Volta a Portugal do Futuro). Desde o final de março que esta equipa quase não dá hipótese às rivais, com Mendonça, Rafael Reis e Frederico Figueiredo a serem os homens de destaque.

“Esta vitória é sem dúvida ouro sobre azul, esta é a minha terra, são as minhas gentes, conheço muito bem estas estradas e de facto poder terminar assim e dar esta vitória às minhas gentes e à minha terra é muito gratificante”, afirmou um muito feliz Luís Mendonça (36 anos).

Acrescentou: “É uma vitória que vai ficar na minha memória e que dedico ao meu pai, que faleceu recentemente e está a cuidar de mim. Tive dois adversários à altura, mas hoje foi a mim que a sorte sorriu e permitiu levar este prémio para casa, muito especial e que me toca no coração, por isso o dedico às minhas gentes e a Paredes”.

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Quanto ao diretor desportivo, Rúben Pereira quer manter esta saga vitoriosa: “Tem sido uma época espetacular, onde continuamos o nosso caminho, que temos vindo a traçar da melhor forma, com muito trabalho e união deste grupo, para que os resultados apareçam e continue a ser uma temporada brilhante”.

Luta acesa com Efapel

A corrida que homenageia um dos maiores talentos do ciclismo português teve uma primeira etapa ganha por Rafael Silva, que deu assim mais uma vitória ao projeto liderado por José Azevedo.

Nos 138,9 quilómetros entre Sobreira e Paredes, um grupo de sete ciclistas discutiu o sprint, com vantagem para o corredor da Efapel. Luís Mendonça e Hugo Nunes (Rádio Popular-Paredes-Boavista) assumiram os restantes lugares no pódio.

Este domingo foram 136 quilómetros entre Rebordosa e Lordelo, de onde era natural Ribeiro da Silva. Apesar das tentativas de fuga, o pelotão quis garantir que a chegada fosse em sprint. Mas Mendonça teve outras ideias e atacou a 200 metros da meta. Desta feita Hugo Nunes foi segundo, a três segundos, e Rafael Silva terceiro, a cinco.

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Isto significou que na geral, Mendonça deixou Nunes a oito segundos e Silva a nove, garantindo ainda a classificação dos pontos. Luís Gomes (Kelly-Simoldes-UDO) conquistou a montanha, Sérgio Chumil (Alumínios Cortizo) foi o melhor entre equipas de clube, mas a Rádio Popular-Paredes-Boavista foi outra equipa com razões para ficar feliz, pois foi a melhor coletivamente, mas não só.

Além do pódio de Hugo Nunes – um dos elementos em melhor forma da formação esta temporada -, Daniel Freitas venceu a classificação das metas volantes, beneficiando de ter andado em fuga. Recorde-se que este ciclista conquistou a Clássica da Primavera, no início de março.

No próximo fim de semana (11 e 12 de junho) realiza-se uma das corridas mais antigas do calendário nacional, o Grande Prémio Abimota (42ª edição).

Ribeiro da Silva, o “português voador”

Ribeiro da Silva foi um ciclista que deixou marca na modalidade, apesar de ter morrido muito jovem. Venceu duas Voltas a Portugal, numa rivalidade intensa com Alves Barbosa e esteve à porta do pódio numa Volta a Espanha. Na década de 50 do século passado, o país tinha encontrado mais um ídolo, que ganhava cá e convencia lá fora, lutando por triunfos nos grandes palcos.

A alcunha de “português voador” foi dada pelo jornal francês L’Equipe e esperava-se grandes feitos do jovem ciclista. Porém, faleceu com apenas 23 anos, em 1958, num acidente de moto.

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