O outono começou oficialmente e as folhas já estão a cair nas colinas entre Bergamo e o Lago Como, mas o clima primaveril que se faz sentir nesta região italiana deixa prever que o Giro da Lombardia, amanhã, sábado, possa ser um monumento final de temporada ensolarado, rijamente disputado e espetacular.

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O percurso montanhoso de ‘Il Lombardia’, a sua história e prestígio reúnem muitos dos melhores corredores do WorldTour para um confronto final de época. E há outras corridas dentro ‘da’ corrida, como a que se travará, desesperadamente entre as equipas, por pontos UCI para evitar a despromoção do principal escalação do ciclismo mundial.

No ano passado, pela primeira vez desde 2016, o Giro da Lombardia teve um percurso inusitado, em sentido inverso, entre Como e Bérgamo. Este ano, todavia, volta-se ao traçado tradicional que celebrizou “A Clássica das Folhas Mortas” – ou das “Folhas Caídas”, como se quiser traduzir para o francês ou o inglês – e recupera a mítica escalada do Civiglio.

A fase final da corrida consiste na sequência de San Fermo Della Battaglia (2,8 km a 6,6%), Civiglio (4 km a 10,1%) e uma segunda ascensão a San Fermo Della Battaglia. Por outro lado, a não menos afamada subida de Sormano, conhecida pelo seu terrível ‘muro’ e perigosa descida, onde Remco Evenepoel caiu gravemente em 2020 (fraturou a pélvis, entre outras lesões que o jovem belga demorou a debelar) não estará incluída este ano.

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Duas grandes atrações da edição de 2022 do Giro da Lombardia são despedidas de carreira de Alejandro Valverde e Vicenzo Nibali, ambos entre os melhores corredores da sua geração e que disputam a derradeira corrida no pelotão profissional.

O espanhol, de 42 anos, está em melhor forma, como mostrou na Coppa Agostoni (2º lugar), no Giro d’Emília (4.º), e na Tre Valli Varesine (3º). O ex-campeão mundial admite lutar pelos primeiros lugares na Lombardia, embora o líder da Movistar seja Enric Mas, que também está atravessar um grande momento, ao revelou ao bater Tadej Pogacar no referido Giro d’Emília.

“Sinto muito bem, tão bem como há dez anos”, anunciou Alejandro Valverde. “Quero fazer frente aos melhores. Pergunta-me se deveria repensar o final da minha carreira?… Eu respondo, não, é melhor terminar assim!”, afirmou o ‘Bala’.

O Giro da Lombardia também será a última corrida ‘pro’ de Vincenzo Nibali. O bicampeão do “Clássica das Folhas Mortas” (2015, 2017, tal como Valverde, pretenderá despedir-se com um bom resultado, para encerrar a sua longa carreira iniciada em 2005.

O Tubarão de Messina – vencedor da Volta a França (2014), de duas Voltas a Itália (2013, 2016) e de uma Volta a Espanha (2010) – será obviamente um dos grandes trunfos da formação da Astana Qazaqstan, em parceria com o colombiano Miguel Angel Lopez. “Quero estar na luta no final, e ser capaz de atacar”, declarou Nibali.

Foto principal: Facebook Il Lombardia

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