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Partilha!Tweet Está aí a época das clássicas e uma das suas grandes figuras está em final de carreira. Falta uma vitória para fazer história, mas não é essa que o belga mais quer... Chamam-lhe o fim de semana de abertura! Aí está a época de clássicas, com algum destaque para as do pavé, que tantos mitos criaram. Porém, muitas das corridas são “apenas” em alcatrão, com os diferentes especialistas a ambicionarem entrarem numa história muito particular do ciclismo. Porém, há aqueles fora de série. Bons em qualquer terreno. Não são muitos, mas o ciclismo atual ainda tem um dos melhores. Mas só até ao final de 2022. Philippe Gilbert está de despedida. E quer sair em grande, contudo, não como se poderá estar a pensar.PUB Aos 39 anos (celebra 40 a 5 de julho), o belga está mais do que preparado para deixar a vida de ciclista. Não necessariamente o ciclismo, mas, para já, não quer abrir muito o livro sobre o que fará depois de encostar a bicicleta. Foto: Lotto Soudal Tem uma carreira recheada de grandes vitórias, nas 20 temporadas que completará ao mais alto nível. É dos poucos a ter conseguido a tripla das Ardenas (vencer Amstel Gold Race, Flèche Wallonne e Liège-Bastogne-Liège no mesmo ano, em 2011) e está perto de um feito raro: conquistar os cinco monumentos. Tem quatro, mas aquela Milano-Sanremo está difícil! Seria de pensar que, na sua última temporada, estaria a apontar em força ao monumento italiano. Mas não. Se puder eleger uma corrida que quer mesmo ganhar em 2022, essa é a Liège-Bastogne-Liège, um dos monumentos belgas. Já a venceu naquele fabuloso ano de 2011, mas continua a ser tão especial que gostaria de despedir-se com um segundo triunfo. Em entrevista ao VeloNews, Gilbert confessou isso mesmo, esperando que também possa estar de regresso para uma derradeira Volta à França, considerando que tem um percurso que lhe agrada. Vencer uma quinta Amstel Gold Race seria uma mão cheia bonita no palmarés. Porém, o ciclista admite que é uma vitória na Milano-Sanremo que daria outra notoriedade a uma carreira a todos os níveis já brilhante.PUB Apenas três corredores o fizeram o pleno nos monumentos: Rik Van Looy, Eddy Merckx e Roger De Vlaeminck. Todos belgas. Gilbert seria o primeiro a conseguir este século, mas não parece muito convicto que irá escrever essa página na história. Foto: Lotto Soudal Considera muito difícil ganhar uma corrida procurada por sprinters, ainda que em anos recentes essa tendência tenha sido quebrada. Jasper Stuyven, Julian Alaphilippe, Vincenzo Nibali e Michal Kwiatkowski são exemplo disso mesmo. Gilbert fala de um percurso na Milano-Sanremo que não sofre alterações, ao contrário de uma Lombardia, monumento que venceu duas vezes. Em alguns anos beneficia determinados ciclistas, como trepadores, e noutros chama mais por atletas como Gilbert. Ganhar a Milano-Sanremo não é nenhuma obsessão. Gilbert deseja mesmo é terminar a carreira com um triunfo, depois de ter ficado a zero num 2021 que não quer recordar. Foi vago nas explicações, mas admitiu um ambiente menos saudável numa Lotto Soudal que esteve longe da sua senda vencedora de outros anos.PUB Em 2022 já são notórias as diferenças na equipa e Gilbert espera entrar na maré de triunfos neste arranque de temporada (são sete). Vai estar este sábado na Omloop Het Nieuwsblad, na abertura da época de clássicas, mas o pavé não é prioridade, tal como a Milano-Sanremo. É nas Ardenas que quer estar no seu melhor, nesta primeira fase da temporada. Gilbert explicou que teve de fazer uma escolha e essa passou por abdicar da Volta a Flandres e Paris-Roubaix. Apesar de ser um ciclista todo o terreno, a semana das Ardenas sempre foi aquela que mais gostou. Philippe Gilbert teve uma carreira de enorme nível, chegando a conquistar um título mundial no seu auge. Passou por momentos difíceis quando deixou a Omega Pharma-Lotto para integrar o super projeto da BMC, ainda que naquele primeiro ano ganhasse a camisola do arco-íris. Nas épocas seguintes foi desaparecendo, enfrentando uma concorrência interna que acabaria por o levar a sair. Quando em 2017 foi para a então Quick-Step Floors, o melhor Gilbert ressurgiu e foi então que venceu Roubaix e Flandres, ficando à porta da história nos monumentos. Quando se prepara para sair de palco, mostra-se sereno, sem nada para provar e apenas com o desejo de alcançar a tal vitória para marcar o ano em que o ciclismo perderá mais uma das suas grandes figuras das clássicas, que teve na Vuelta a sua grande volta mais profícua (sete triunfos em etapas), mas com vitórias também no Giro e Tour. Mas Gilbert será sempre recordado como uma das principais figuras das mais importantes clássicas do ciclismo. Foram 38 (de 78) triunfos em corridas de um dia. É mais um dos grandes que se despede, só falta saber a corrida que marcará o adeus. Nem Gilbert sabe. Explicou que quer competir até ao final do ano, aproveitar ao máximo as suas últimas pedaladas como profissional. Para já, o plano está feito até à Volta à França, depois o belga começará a pensar onde fará a despedida e o rumo que tomará em 2023. Philippe Gilbert: palmarés 78 vitórias como profissional Campeão do mundo em 2012 Monumentos: Giro di Lombardia (2009 e 2010), Liège-Bastogne-Liège (2011), Volta a Flandres (2017) e Paris-Roubaix (2019) Amstel Gold Race (2010, 2011, 2014 e 2017) Flèche Wallonne (2011) Clássica de San Sebastián (2011) Grande Prémio do Quebéque (2011) Paris-Tours (2008 e 2009) 7 vitórias de etapa na Vuelta, 3 no Giro, 1 no Tour Também vais querer ler… Mudanças no World Tour: guia definitivo para a época 2022PUB Todas as fotos: Lotto Soudal
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