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Partilha!Tweet Foi uma das figuras do ciclismo nacional em 2022 e só pensa em continuar a vencer. João Matias fala do que encontrou na Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua, da importância de Gustavo Veloso na sua carreira e de como ser o pai o influencia. João Matias viveu um ano de sonho em 2022. E concretizou dois: vencer na Volta a Portugal e ser pai. Uma conjugação perfeita na sua primeira temporada na Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua, depois de duas menos felizes. Agora só tem em mente consolidar o excelente trabalho da época passada e, claro, conquistar mais vitórias!PUB “Depois de como correu o ano passado, quero consolidar e mostrar que 2022 não foi obra do acaso, que sou um ciclista em quem se pode confiar e que sou um atleta que merece a oportunidade. Não só eu, mas toda a equipa merece continuar a crescer e o sucesso é fruto de muito trabalho e de muita camaradagem”, salientou ao GoRide. A mudança para a Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua dificilmente poderia ter sido melhor. Principalmente depois de dois anos complicados na Aviludo-Louletano-Loulé Concelho. Porém, Matias encara essas temporadas como uma fase de aprendizagem e é perentório: “Todos os sítios por onde passei tirei coisas boas e coisas más. Fui bem recebido lá [Louletano], mas as coisas não correram como se desejava.” O que é que encontrou na Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua que tanto lhe agradou? “Encontrei conforto, estabilidade… encontrei uma equipa que aposta em mim”, respondeu. “Aqui, felizmente, as coisas têm saído bem. Foi uma equipa que apostou em mim, que me apoia na pista, sinto-me estável e com a idade que tenho preciso de um pouco de estabilidade na minha vida. Aqui sinto-me em casa”, acrescentou. […] Se estou a abdicar de tempo com o meu filho, então isto tem de valer a pena!PUB Tem 31 anos e o pensamento está, mais do que nunca, ter sucesso na carreira. Esta mentalidade ganhou força desde que foi pai: “Quando estive no Campeonato do Mundo [de pista] – em outubro -, estar longe do meu filho já me custou um pouco.” “E toda esta pré-época, todo o trabalho feito no inverno – foi um inverno duro e não escondo que vou estar bem neste início de temporada, pois tenho agora grandes objetivos com a seleção nacional [de pista] e com a equipa -, todos os dias que saía de casa para treinar, fosse para o ginásio, fosse para a estrada, só pensava que se estou a abdicar de tempo com o meu filho, então isto tem de valer a pena!” Matias frisou ainda: “Acaba por me trazer mais um ponto de querer superar-me e de ter compromisso com o trabalho que faço.” E esse tem sido intenso. PUB Começou a temporada com um quarto lugar na Prova de Abertura Região de Aveiro, com a Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua a vencer por equipas. Agora está em Grenchen, na Suíça, para os Europeus de Pista, pois esta vertente há muito que está entre os objetivos todas a temporadas. 2023 não será diferente. “Objetivos? Ganhar o maior número de corridas possível. A primeira é sempre a que custa mais! Claro que o principal é a Volta a Portugal, ganhar novamente [etapas] seria algo extraordinário.” “Pode não acontecer, mas há que estar bem e estar na disputa. Ganhar, ganham poucos, mas quero vencer o máximo possível. A equipa merece porque apostou em mim. E depois tenho os objetivos na pista. O principal é o apuramento olímpico que começa já no Campeonato da Europa”, referiu. Recordar 2022 Desafiado a resumir a temporada de 2022 numa palavra, Matias acabou por usar três para que ficasse bem claro: conquista, concretização e consolidação. “Foram vários os sonhos que concretizei, o ser pai, os objetivos que atingi a nível profissional, a estabilidade que consegui… Isso é o que me deixa mais feliz”, explicou. As duas etapas que venceu na Volta a Portugal, em Castelo Branco (segunda tirada) e Viseu (quarta) foram o ponto alto tanto para Matias, como para a equipa que há muito ambicionava vencer na corrida. PUB “Foi algo inexplicável. Na altura não tive muita noção do que estava a fazer. Hoje em dia, quando às vezes vejo as etapas, ainda fico com pele de galinha! Quando era pequenino via a Volta a Portugal e queria ser ciclista. Cheguei a profissional e queria ganhar na Volta… Vencer e sendo ciclista português… Foi ouro sobre azul. Foi o demonstrar – principalmente a mim próprio – que sou capaz de andar aqui e fazer algo bonito”, admitiu. Mas antes, em fevereiro, havia feito algo inesperado, ainda mais sendo um um corredor mais forte nos sprints: conquistou a classificação da montanha da Volta ao Algarve, prova por etapas de categoria UCI mais elevada em Portugal, que conta com a presença de equipas do World Tour. “Essa foi sacada sem saber! Nem era o objetivo. Esse era estar na [primeira] etapa na ajuda ao Leangel Linarez para o sprint”, recordou. Porém, ficou desde logo a instrução do diretor desportivo, Gustavo Veloso, que poderia ir para a fuga: “Uma presença numa fuga poderia ter como consequência ter a Volta feita! Foi o que aconteceu. Estando na frente, a camisola em disputa foi a da montanha e foi algo que me superei [para a ganhar].” Não é que tenha sido inédito vestir com a camisola de rei da montanha. Já o havia feito na sua primeira Volta a Portugal, em 2017, ainda que não a tenha ganho. “A cada cinco anos acontece um fenómeno no ciclismo nacional”, brincou. Como é trabalhar com Gustavo Veloso? Muito a sério é a forma como trabalha e prepara as corridas. Com Gustavo Veloso na liderança, a Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua deu um salto de qualidade nos resultados obtidos e logo no primeiro ano do espanhol como diretor desportivo (acabou a carreira de ciclista no final de 2021). Rapidamente se percebeu que o antigo corredor estava a conseguir um relacionamento muito positivo com todos na equipa, que transparecia na forma como a formação corria e, claro, nos excelentes resultados. Quem vê a nossa equipa correr, vê que tem muito a mão do Gustavo, da inteligência dele e da ‘ratice’ dele Depois da morte do mentor da equipa, Pedro Silva, em 2021, Gustavo Veloso tem continuado o trabalho de elevar a estrutura a uma das melhores no ciclismo nacional. João Matias explicou como é trabalhar com Veloso e Xavier Silva. “O que eu noto é que o Pedro Silva – nunca trabalhei diretamente com ele, mas via como adversário – tinha muito rigor. O Xavier [filho] tem um pouco desse rigor. O Gustavo tem o conhecimento de como ir na bicicleta, como fazer as táticas das chegadas, principalmente”, começou por dizer. “Quem vê a nossa equipa correr, vê que tem muito a mão do Gustavo, da inteligência dele e da ‘ratice’ dele. E depois há outra questão: o à-vontade que ele nos dá”, acrescentou. Gustavo Veloso celebrou 43 anos no dia 29 de janeiro Matias contou que Veloso tem uma capacidade para deixar todos “mais livres”, sendo o primeiro a entrar em brincadeiras, por exemplo, o que é uma grande ajuda quando estão a enfrentar treinos de seis horas, como destacou o ciclista de Barcelos. Significa que João Matias está a gostar muito de trabalhar com o atual diretor desportivo, mas a história de ambos já remonta há dez anos. “Conheço Gustavo desde 2013. Fui colega de equipa dele em 2013/14 e 15. No ano que fui para a Froiz foi ele que me conseguiu o lugar lá”, recordou. Foi uma altura difícil na carreira do então jovem Matias que ambicionava singrar no ciclismo. Chegou mesmo a pensar em colocar um ponto final. “Se calhar ele é dos principais responsáveis por eu ser ciclista hoje em dia. E o sucesso que eu tive no ano passado, ele é sem dúvida o principal culpado”, salientou. Destinados a trabalharem juntos? “Se calhar é uma história bonita para contar”, disse. Tanto eu a nível pessoal, como a equipa, queremos mostrar que a época passada não foi obra do caso, que é fruto do trabalho que temos feito e do profissionalismo que temos Em apenas uma temporada, a história já tem capítulos marcantes, com a Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua a ter sido uma das melhores equipas em 2022. Por isso mesmo, a palavra “consolidação” e a frase “mostrar que não foi obra do acaso” são reiteradas por Matias. “Depois do que fizemos o ano passado, o que se fala mesmo é consolidação. Tanto eu a nível pessoal, como a equipa, queremos mostrar que a época passada não foi obra do caso, que é fruto do trabalho que temos feito e do profissionalismo que temos.” Assegurou, sem hesitações, que se pode olhar para a equipa de Mortágua como uma das melhores em Portugal. A época de estrada, no passado domingo, não começou com vitória, mas a forma como sprintou demonstrou tudo o que João Matias disse. Está com muita vontade de somar triunfos e desde dezembro que anda a subir ao pódio, pois conquistou várias medalhas na pista, nas provas que se tem realizado no Velódromo de Sangalhos. João Matias está feliz por tudo o que alcançou em 2022, mas agora quer mais! Também vais querer ler… Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua: continuar o excelente trabalho de 2022 Fotografia principal: Elisabete Silva/GoRide Restantes fotografias: João Fonseca Photographer/Tavfer-Ovos Matinados-Mortágua e Federação Portuguesa de Ciclismo e Volta ao Algarve
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