Dependendo da vertente do BTT que praticamos, acaba por ser normal termos dúvidas na seleção do tamanho de rodas a escolher. E isto deve em grande parte às alterações que têm acontecido, apesar de ser a roda 29” que venceu claramente esta “batalha”. Então por que razões vemos a combinação Mullet a ter sucesso?

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Antes de mais, a combinação Mullet é a utilização de roda de 29” à frente e roda 27,5” atrás, algo que é aplicado em bicicletas de enduro, trail e e-BTTs. Neste segmento, nas elétricas para BTT, a roda 27,5” não “pegou”. Mas há vantagens claras em manter uma roda desta dimensão no eixo traseiro enquanto se usa uma de 29” na dianteira.

Apesar de termos abordado o assunto na recente análise à nova Canyon Spectral (mesmo não sendo uma e-BTT), é esta a questão que queremos esclarecer neste artigo: quais as vantagens das Mullet e porque será esta combinação benéfica ao que fazes com a bicicleta…

Vantagens da combinação Mullet

Todos estes pontos surgem em função da nossa experiência, pelo que não queremos de forma alguma parecer demasiado “categóricos” ou apresentar estes benefícios como verdades absolutas. Tudo acaba por ser subjetivo, como sabemos:

1. Roda 29” à frente

Comecemos pelo que é mais normal: a roda 29” à frente. As vantagens conhecidas deste diâmetro de roda são sempre uma vantagem das mais fortes: melhor controlo da direção, mais facilidade em transpor obstáculos, menos derrapagem no sector frontal e mais estabilidade em geral.

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2. Triângulo traseiro mais ágil

Introduzir um diâmetro menor na roda traseira faz com que os engenheiros e designers das marcas possam criar triângulos traseiros mais compactos, que trazem assim mais reatividade e aceleração quando pedalamos. Por outro lado, isto também faz com que as bicicletas sejam mais curtas.

3. ‘Alívio’ do amortecedor…

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A combinação Mullet está a mostrar-se uma boa solução em bicicletas de enduro. Em comparação com um modelo com roda 27,5” à frente e atrás, ter uma roda 29” no eixo dianteiro é sinónimo de poder montar um pneu maior, mais largo, com uma câmara de ar maior no interior, gerando mais tração.

Isto faz também com que haja mais amortecimento à frente e atrás, o que alivia o trabalho do amortecimento traseiro, já que os próprios pneus filtram muitas das irregularidades do terreno.

4. Mais tração

Seguindo o ponto anterior, uma roda com estas características à frente traz mais tração nas subidas com superfícies com menos aderência. O trabalho das rodas e dos pneus combina com as capacidades dos motores elétricos e fazem com que tudo se torne mais fácil nos trilhos, especialmente a subir e a transpor obstáculos.

Em suma…

A combinação Mullet parece-nos a ideal para um uso de enduro e all mountain, já que a roda traseira mais pequena, com um pneu largo e com uma câmara de ar maior, traz algumas vantagens nestas vertentes: mais tração, mais segurança, mais estabilidade, mais confiança.

Por outro lado, no capítulo da performance “pulmonar” já não existem assim tantos benefícios, uma vez que vão ser as tuas pernas a puxar por esse pneu mais pesado e volumoso. E recordemos que depois acabamos por ter um pneu igual à frente, muitas vezes…

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Numa e-BTT, este tipo de pneus ajuda a extrair melhor o potencial da bicicleta. Mais quantos mais forte tiver de ser o pedalar, mais desvantajoso se torna um pneu mais largo, pois somos obrigados a puxar mais pelo motor,  oque faz com que a autonomia seja reduzida. Isto em comperação com uma bicicleta com roda 29” nos dois eixos, ok?

Ainda assim, a combinação Mullet pode ser o melhor de dois mundos: a estabilidade, controlo e confiança trazida pela roda 29” à frente, tudo conjugado com a reatividade que se obtém com um sector traseiro mais curto e mais “manuseável”. Quando se experimenta fica-se sempre com uma boa impressão, acredita!

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Fotos: Canyon // Thok // Husqvarna

 

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