O Tour 2023 pode ter ficado decidido em pouco mais de 30 minutos… Durante duas semanas, Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard andaram a “medir-se” ao segundo nas montanhas, mas no único contrarrelógio desta edição da prova, ontem, com 22,4 km, o dinamarquês da Jumbo-Visma, camisola amarela e vencedor da Volta a França do ano passado, “esmagou” o rival esloveno ao “dar-lhe” nada menos que do um minuto e 38 segundos!

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Um golpe que Pogacar teve um pouco de dificuldade em justificar, obviamente desalentado, mas ainda não assumidamente derrotado. “Estou um pouco surpreendido, mas para ser sincero não me senti muito bem na segunda parte do percurso”, começou por explicar o líder da UAE Emirates.

“Não pude fazer mais, fui ‘a fundo’. Ou seja, dei tudo o que tinha”, sublinhou. “No início estava a basear-me nos tempos de Wout van Aert e senti que estava a ir bem, uma vez que estava a ganhar-lhe alguns segundos”, contou Pogacar, que esclareceu sobre a sua decisão de trocar de bicicleta antes da subida final.

“A troca de bicicleta foi a decisão certa para mim. Talvez não tenha sido o meu melhor dia, mas o Tour 2023 ainda não acabou. É uma grande diferença, sem dúvida. Esperava menos e até pensei que poderia conquistar a camisola amarela. Espero encontrar as minhas pernas já amanhã [quarta-feira]”, afirmou o esloveno.

Agora a 1.48 minutos de Vingegaard, Tadej Pogacar terá de tentar, com a sua equipa, a UAE Emirates, uma estratégia mirabolante para ainda almejar a camisola amarela. O vencedor do Tour em 2020 e 2021 revela que tem algumas ideias em mente.

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“Repito: o Tour não acabou ainda. Até porque pode chover amanhã [quarta-feira]. Prometo que será interessante. Faltam duas etapas decisivas, tudo pode acontecer. Poderá dizer-se que hoje [no contrarrelógio] foi um pouco como na etapa em que perdi tempo na subida de Marie-Blanque, e que amanhã possa inverter a tendência, como fiz em Cauterets. Vamos tentar um plano, mas é certo que vai ser difícil recuperar quase dois minutos”, declarou e reconheceu o segundo classificado na geral.

Vingegaard: “O melhor contrarrelógio da minha vida!”

Jonas Vingegaard consolidou assim a camisola amarela, aumentando substancialmente a sua vantagem de meros dez segundos para quiçá impensáveis – até ao final desta tarde – 1.48 minutos.

O dinamarquês da Jumbo-Visma era, com naturalidade, um homem satisfeito no final do contrarrelógio. “Senti-me bem, penso que fiz o melhor contrarrelógio da minha vida. Estou muito orgulhoso do que fiz e muito satisfeito com esta vitória”, referiu.

Vingegaard dominou em todos os setores intermédios do percurso e preferiu não trocar de bicicleta, cumprindo todo o percurso na “cabra”. “Para ser sincero, creio que os meus diretores desportivos me disseram qualquer coisa como que estaria a mostrar ao mundo a minha categoria, mas com tanto ruído na estrada, não percebi bem! Quando há muita gente nas bermas, pode ser difícil ouvir o rádio, mas, no resto, orientaram-me muito bem. Quero agradecer-lhes, a todos”, explicou o grande vencedor do dia, cada vez mais perto de conquistar o seu segundo Tour consecutivo.

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Imagens: Jumbo-Visma e UAE Emirates Twitter

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