Que resposta de Remco Evenepoel! O campeão belga não perdeu tempo e no dia seguinte à pior jornada da sua carreira partiu para o ataque e, após uma longa fuga pelas montanhas, triunfou em Larra-Belagua, o final da 14.ª etapa da Volta a Espanha.

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O corredor da Soudal-Quick Step começou a pressionar desde o km zero para formar a fuga e depois de a concretizar fez o que melhor sabe nos seus grandes dias: atacar de longe, esmagar os pedais e fazer os adversários quebrarem um a um. Mesmo um trepador como Romain Bardet (dsm-firmenich), com quem partilhou a maior parte do tempo da fuga, nada pôde fazer na montanha para parar o endiabrado rival.

Emocionado, em lágrimas, após a segunda vitória nesta edição da corrida espanhola, Evenepoel sabe, porém, que mesmo que vença todas as etapas até ao fim desta Vuelta será parco consolo para a desilusão do estrondoso desfalecimento no dia do Tourmalet.

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“Ontem foi muito difícil e a noite também. Não consegui dormir muito, tive uma noite muito má, com muitos pensamentos negativos. Hoje acordei e disse para mim mesmo: ‘vai em frente’, tenta aproveitar ao máximo. Tinha feito um reconhecimento desta etapa porque era uma etapa importante para a classificação geral. Sabia perfeitamente como eram as subidas, quão difíceis eram. É muito bom conseguir uma segunda vitória”, afirmou o vencedor do dia, saudando em particular a grande colaboração do seu último rival, Romain Bardet.

“Trabalhámos muito bem juntos. Eu disse-lhe que ia meter o ritmo nas subidas desde que colaborasse no plano. Estou muito orgulhoso desta resposta depois do dia de ontem. A camisola da montanha e as vitórias nas etapas, penso que são belos objetivos para Madrid”, concluiu Remco Evenepoel, que ocupa o topo da classificação do prémio da montanha, com 63 pontos, contra 39 de Michael Storer (Groupama-FDJ).

O australiano esteve em fuga, mas não teve capacidade para acompanhar o andamento do belga. “Pensei que ia encostar no vale, mas nunca vi alguém tão forte, é realmente incrível. No plano, ele esteve em todos os ataques. Se fosse um corredor normal, a fazer o que ele fez no início da etapa, queimava-se antes mesmo das primeiras subidas, mas ele não. Nunca tinha visto nada assim”, confessou Michael Storer, impressionado.

Romain Bardet podia fazer ainda melhor de quão forte esteve Remco Evenepoel este sábado. “Tive um ótimo dia, senti-me muito bem, nem em todos se pode competir com lendas numa fuga. Fiz uma corrida perfeita, penso. Conheço Remco, sabia que ele queria vencer à Merckx, de longe. Ele fez 75-80% do trabalho na fuga, mas é péssimo estar na roda dele, é a mesma sensação de ter vento de frente, é uma loucura! A cada saída de curva, eu tinha de sprintar. Ele tem uma eficiência de pedalada incrível. Comecei a sentir cãibras no final, estava no limite, por isso não tenho de me arrepender”, explica o francês da DSM.

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Imagens: La Vuelta Twitter

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