O Critério do Dauphiné, por tradição, é a antecâmara do Tour, prova por etapas com percurso diversificado, entre etapas planas, montanha (algumas etapas já a integrarem excertos das da Volta a França, uma vez que o organizador é o mesmo, a ASO) e um contrarrelógio longo. Um mini Tour, pode dizer-se.

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É igualmente verdade que nos últimos tempos (longos) raramente os principais candidatos à camisola amarela na Grande Bloucle se defrontam no Dauphiné. Mas este ano, não vai ser assim.

ETAPA 1

Apesar dos dois maiores favoritos, na teoria, Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard, por motivos distintos não participarem, esta edição do Critérium juntará, na estrada, os outros dois proponentes ao ‘maillot jeune’ do Tour, Primoz Roglic e Remco Evenepoel.

ETAPA 2

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Depois do esmagador domínio no Giro, Pogacar prepara-se para o Tour privilegiando o… descanso, sem competições, e preferindo um estágio em altitude de três semanas em Isola 2000. Vingegaard inicialmente estava apontado ao Dauphiné, mas depois de sua grave queda no País Basco, continua em dúvida e empenhado, igualmente em treinos em altitude, para readquirir a melhor forma a tempo do Tour.

ETAPA 3

Assim, a partir deste domingo, durante uma semana, os olhos vão estar sobre Evenepoel e Roglic. Os melhores estiveram – tal como Vingegaard – envolvidos na referida queda na Volta ao País Basco, mas sofreram lesões bem menos graves, principalmente o esloveno, apenas escoriações e hematomas, enquanto o belga sofreu diversas fraturas (clavícula e omoplata).

ETAPA 4 (CRI)

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Depois de uma primavera conturbada, longe do que ambos previam, Roglic e Evenepoel procuram afinar a forma e tirar azimutes, e o Dauphiné não poderia ser melhor teste.

ETAPA 5

O líder da BORA-hansgrohe visa a segunda vitória da sua carreira na prova francesa, enquanto o homólogo da Soudal Quick-Step estreia-se, tal como fará no Tour. E para o melhor exame possível, ambos apresentam-se em ‘modo-Tour’, com as suas melhores equipas, em particular, os seus homens de montanha. Roglic faz-se acompanhar por Aleksandr Vlasov e Jai Hindley, enquando Evenepoel dos dois tenentes, Mikel Landa – também recuperado de fratura da clavícula na Volta ao País Basco – e Ilan Van Wilder.

ETAPA 6

Em segundo plano, mas a gerar igualmente elevadas expectativas estará neste Dauphiné a UAE Emirates em versão ‘sem Pogacar’. Por isso, desde logo, obviamente, com uma abordagem totalmente diferente. A equipa vai para ganhar com um dos seus segundos líderes, Juan Ayuso.

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ETAPA 7

Depois de uma primavera de sucesso – com uma vitória no País Basco – após a razia aos principais favoritos, Vingegaard, Roglic e Evenepoel – e um segundo lugar na Tirreno-Adriático, o jovem espanhol, de 21 anos, está empenhado numa boa estreia no Tour, ainda que secundarizado ao todo-o-poderoso Pogacar.

ETAPA 8

Um bom desempenho no Dauphiné, colocaria o ambicioso Ayuso como plano B de Pogacar na Volta a França, em caso de o esloveno acusar a fadiga do Giro. No Critério, em seu apoio dois trepadores de créditos firmados, Marc Soler e Pavel Sivakov. Recorde-se que João Almeida participará na Volta à Suíça…

Na quarta equipa com líder candidato à vitória no Tour, a Visma-Lease a Bike de Jonas Vingegaard (?), estará no Dauphiné, como já referiu, sem o dinamarquês, mas com os substitutos em caso de ausência do vencedor das duas últimas edições da Volta a França: Matteo Jorgenson e Sepp Kuss. O norte-americano – que venceu a Paris-Nice na primavera – pode ser um joker interessante na equipa neerlandesa, que tem um triunfo como nenhuma outra formação, o melhor gregário de montanha do WorldTour, vencedor da Vuelta 2023, Sepp Kuss. Se Vingegaard conseguir vencer a sua corrida contra o tempo, não tem de se preocupar com o poderio da Emirates e da BORA. Só com ele próprio e… Pogacar!

Outro jovem espanhol que estará entre os favoritos no Dauphiné, mas não tanto (ainda) no Tour, é Carlos Rodríguez. O corredor, de 23 anos, lidera a INEOS Grenadiers e tem uma oportunidade de ouro de vencer a segunda importante corrida de uma semana, depois da Volta à Romandia em finais de abril, e de um segundo lugar no País Basco, batido pelo compatriota Juan Ayuso.


Créditos da imagem: Critério do Dauphiné Twitter – https://x.com/dauphine/status/1779072040701657535/photo/1

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