O corredor da equipa basca Euskaltel Euskadi, Luis Ángel Maté, vive na Andaluzia, na costa sul de Espanha, em Marbella, a 1000 quilómetros de distância de Santiago de Compostela, na Galiza, onde a Vuelta terminou no passado domingo. O ciclista espanhol está a fazer o percurso de regresso a casa, ao longo de seis dias, batizando-o de passeio de ‘Vuelta de la Vuelta’ – ou, a Volta da Vuelta, justificando este extraordinário prolongamento aos quase 3500 km do trajeto total daquela corrida por ter “fome para mais”.

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“Quando vi que a Vuelta terminava em Santiago de Compostela, tive imediatamente a ideia de fazer uma aventura como esta”, referiu Maté, de 37 anos de idade, revelando que colheu inspiração para a aventura nas rotas de peregrinação católica ‘Caminhos de Santiago’.

“Parecia uma oportunidade única aproveitar a bicicleta de uma forma diferente da competição, sem todo o stresse, as travagens, os acidentes, os watts… Simplesmente, queria pegar minha bicicleta e voltar para casa sem recorrer ao avião ou automóvel, à custa do meu esforço físico, para estar em harmonia comigo mesmo e com o que me rodeia. É uma viagem preciosa que preciso fazer para quebrar aquele ciclo em que os corredores entram depois de três semanas de corrida”, explicou o ciclista, profissional há 14 anos.

Maté passou a maior parte da sua carreira na equipa francesa Cofidis. Este ano juntou-se à equipa do País Basco, Euskaltel-Euskadi, uma das mais carismáticas do pelotão, que regressou à alta competição, e à Vuelta a Espanha, após uma ausência de sete anos.

Depois de cumprir o contrarrelógio final da Vuelta, em Santiago, Maté completou 207 etapas na Vuelta, e disse que passaria o tempo de bicicleta de regresso a Marbella a refletir sobre as suas conquistas e as da sua equipa nas últimas três semanas, apesar do objetivo de vencer uma etapa não ter sido alcançado pela formação basca.

“Para mim, o ciclismo é mais do que um desporto ou um trabalho; é uma forma de entender a vida e saber quem somos”, afirmou Maté. “Este será o meu período de descompressão, no qual terei tempo para ganhar perspetiva sobre uma série de coisas, ora pensando em nada, ora em muitas das coisas que alcançámos nos últimos dias”, declarou.

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Maté partiu na última segunda-feira de Santiago de Compostela rumo a sul, com passagem por Portugal, para depois reentrar em território espanhol, com destino a Marbella. Na viagem estará acompanhado de um amigo e transportará uma mala leve na sua bicicleta de corrida Orbea.

“Disse a mim mesmo que chegaria no sábado [dia 11] ao meio-dia para dar um mergulho no mar e fazer uma refeição em casa”, acrescentou o ciclista.

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