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Partilha!Tweet São 13 atletas de topo, as equipas que representam e o que se preparam para fazer em 2022. Está tudo aqui. Há muito que nos habituámos a ter ciclistas portugueses a competir em grandes equipas. Cada vez mais e cada vez mais cedo, os vemos chegar alto. E se João Almeida centra grande parte das atenções, no World Tour temos os mesmos “sete magníficos” de 2021, com diferentes ambições, mas todos com papel importante dentro das equipas, com a UAE Team Emirates a contar com quatro lusos.PUB Neste guia falamos de todos eles, um a um, num conjunto de atletas que competem três escalões principais do ciclismo internacional; ou seja, além do World Tour, ProTeam (com duas estreias) e Continental. No World Tour André Carvalho 24 anos Cofidis (contrato até 2023) Segunda época no World Tour Tinha uma temporada para mostrar à Cofidis o que valia, depois de se tornar em mais um português a “formar-se” com sucesso na Hagens Berman Axeon. Em 2021 foi chamado maioritariamente para clássicas e as suas exibições convenceram. © João Fonseca/Federação Portuguesa de Ciclismo A equipa francesa ofereceu-lhe novo contrato, agora por duas temporadas. Confiança e tranquilidade dada a mais um dos jovens valores do nosso ciclismo. No seu primeiro ano ao mais alto nível revelou ser um corredor de confiança no trabalho para os líderes, mesmo nas exigentes provas do pavé. Parte do objetivo de 2021 passou também por ganhar experiência e não é qualquer ciclista que pode dizer que, em época de estreia no World Tour, esteve na maioria das grandes competições do pavé, incluindo os dois monumentos: Volta a Flandres e Paris-Roubaix.PUB Para o ciclista de Famalicão, o processo de evolução vai continuar, querendo afirmar-se ainda mais na estrutura da Cofidis e, claro, espreitar uma oportunidade de mostrar a sua ambição e capacidade de alcançar bons resultados. Ivo Oliveira 25 anos UAE Team Emirates (contrato até 2022) Quarta época no World Tour Uma queda grave no Critérium du Dauphiné acabou prematuramente com a sua época de estrada a meio da temporada, tendo regressado depois na pista, também já com o pensamento em 2022. © BettiniPhoto/UAE Team Emirates A carreira dos gémeos Oliveira tem sido muito marcada por quedas e constantes paragens. Com a UAE Team Emirates a procurar construir cada vez mais uma equipa forte para atacar diferentes frentes, será importante para Ivo fazer uma temporada regular e confirmar o que já mostrou: em forma é um ciclista valioso no trabalho para os líderes.PUB Será também interessante perceber se vai querer apostar mais no contrarrelógio, um dos seus pontos fortes, sendo que continuará a ser uma referência na pista, numa altura em que a Seleção Portuguesa começou a habituar-se a conquistar grandes resultados em elite. Depois de uma boa Vuelta em 2020, Ivo Oliveira quer regressar ao seu melhor e afirmar-se nos principais palcos do ciclismo, numa UAE Team Emirates recheada de ciclistas de grande qualidade. E certamente que espera que o azar não lhe volte a bater à porta. Deverá começar a temporada nos troféus em Espanha (provas de um dia). João Almeida 23 anos UAE Team Emirates (contrato até 2026) Terceira época no World Tour Foi um dos ciclistas mais pretendidos em 2021, no seu último ano de contrato com a Deceuninck-QuickStep. Era difícil às grandes equipas não quererem um dos mais recentes talentos no World Tour e uma das referências da tão badalada nova geração. © UAE Team Emirates A UAE Team Emirates não se poupou a esforços para garantir o corredor das Caldas da Rainha, ajudando que um dos homens fortes da equipa, Joxean Matxin, conhecesse bem Almeida há alguns anos, pois segue o português quando ainda era olheiro da equipa belga da QuickStep. A João Almeida não bastava acenar com contratos milionários. Ao ciclista foi apresentado um projeto que o tem como um dos líderes e a garantia de ter companheiros com as características necessárias para o ajudar nas grandes voltas e em provas de uma semana, que serão a grande aposta. © UAE Team EmiratesPUB O Giro será o principal objetivo, com olhos postos no pódio que lhe escapou, mas, claro, a ambicionar a maglia rosa. Paris-Nice e Volta à Catalunha são duas provas de preparação, com Almeida a ter uma determinação comum a outros atletas da sua geração: podem ser corridas de preparação, mas são para ganhar! A Vuelta é também uma possibilidade, onde poderá estar com Tadej Pogacar. O esloveno é o intocável na UAE Team Emirates, mas Almeida não foi contratado para ficar na sombra, mas sim para ser mais uma opção para conquistar vitórias, numa estrutura que muito cresceu nos últimos anos e que quer vencer em várias frentes. O português dá um passo importante na sua carreira e é agora, definitivamente, um candidato forte (com uma equipa de respeito a apoiá-lo) seja qual for a corrida em que participa. Vai começar a temporada na Volta aos Emirados, que arranca a 20 de fevereiro. Nelson Oliveira 32 anos Movistar (contrato até 2023) 12ª época no World Tour O “senhor regularidade”, que não sabe correr mal, continua a ser na Movistar um dos elementos essenciais. Líderes têm entrado e saído, mas Nelson Oliveira está de pedra e cal, não havendo ciclista que não o queira ter ao seu lado, a trabalhar. © Photo Gomez Sport O corredor de Anadia desempenhará novamente o papel de gregário, aguardando pela oportunidade de procurar a tão desejada vitória num contrarrelógio de uma grande prova. É um dos especialistas no World Tour, já andou perto de conquistar esse objetivo e vai continuar à procura de concretizá-lo, também com a camisola da Seleção. Ainda se desconhece qual ou quais as grandes voltas em que estará presente, com a Movistar à procura de uma época mais pacífica e com menos “novelas” internas, com as disputas entre líderes a centrarem mais as atenções e não os resultados. Certo é que Oliveira tem sido sempre um dos ciclistas mais consistentes, cumprindo à risca o seu trabalho. Rúben Guerreiro 27 anos EF Education First-Nippo (contrato até 2022) Sexta época no World Tour O que esperar de Rúben Guerreiro? Tudo! Na EF Education-EasyPost, os responsáveis sabem que não vale a pena tentar “prender” o português. É dar-lhe liberdade de perseguir os resultados. É assim que se vê o melhor de Guerreiro. Não significa que não trabalhe para outros. Quando o faz, faz bem. © EF Education-EasyPost Porém, numa equipa com uma mentalidade um pouco diferente do que é normal (vários ciclistas têm luz verde para perseguir os seus resultados), Guerreiro encaixa na perfeição e tem retribuído com boas exibições. © Giro d’Italia Foi assim que foi rei da montanha no Giro e vencedor de uma etapa em 2020, foi assim que lutou por tiradas no Tour é assim que quer continuar a ser figura nas grandes voltas, as suas corridas de eleição. O sonho é estar na luta pela geral, ou pelo menos um top dez. © Giro d’Italia Este é um daqueles ciclistas que quando está em prova, seja qual for, é melhor prestar atenção. Gosta de dar espectáculo e, principalmente, adora andar na frente, não sendo de “atirar toalha ao chão”. Para ele, não há impossíveis. Rui Costa 35 anos UAE Team Emirates (contrato até 2022) 14ª época no World Tour Nesta fase da carreira, Rui Costa volta a assumir maioritariamente um papel de gregário. E que bem esteve no Tour ganho por Tadej Pogacar. Porém, ambicioso como sempre, procurará ter alguma oportunidade de lutar por bons resultados, como aconteceu em 2021 na Volta à Romandia e Volta à Suíça (caiu no Algarve e foi forçado a abandonar, sendo que tinha ambição à geral). © BettiniPhoto/UAE Team Emirates A UAE Team Emirates segurou o ciclista campeão do mundo de 2013, porque apesar de apostar cada vez mais em jovens talentos, corredores como o poveiro são essenciais para manter o equilíbrio na estrutura e haver aquela voz da experiência, por vezes tão importante. Rui Costa nada tem a provar e volta a apontar a corridas em que se dá tão bem, como as clássicas das Ardenas, sendo que antes poderá competir na Volta à Arábia Saudita, assim como na dos Emirados Árabes Unidos, Paris-Nice e Volta à Catalunha. © UAE Team Emirates O início de época, tal como os gémeos Oliveira, poderá ser nos troféus em Espanha. Grandes voltas? Parece que será um fiel companheiro de João Almeida na busca pela maglia rosa, no Giro d’Italia. Dupla a seguir, sem dúvida. Rui Oliveira 25 anos UAE Team Emirates (contrato até 2022) Quarta época no World Tour Ai aquela 19ª etapa da Vuelta… Foi por tão pouco que o gémeo não conquistou a sua primeira grande vitória no World Tour. Mas a grande exibição naquele dia foi apenas mais uma, tanto na grande volta, como durante boa parte da temporada. © BettiniPhoto/UAE Team Emirates Foi uma época muito positiva, com Rui Oliveira a afirmar-se tanto na ajuda ao lançamento de sprints, como também poder ser ele uma possibilidade para sprintar, além de estar a ganhar o gosto de integrar fugas. Para 2022 é continuar precisamente a conquistar o seu espaço e mostrar como é extremamente útil, mas também uma opção para tentar vencer. Tem no seu calendário a possibilidade de marcar presença nas principais provas do pavé, como Omloop Het Nieuwsblad, Gent-Wevelgem e os monumentos Volta a Flandres e Paris-Roubaix. No escalão ProTeam André Domingues 20 anos Burgos-BH (contrato até 2024) Não foi uma surpresa ver André Domingues chamar a atenção de uma equipa como a Burgos-BH. Apesar de apenas ter 20 anos, é um dos mais recentes valores a surgir por cá. No currículo conta com uma Volta a Portugal de Juniores e no ano passado juntou a Volta a Portugal do Futuro. © Burgos-BH Alcançou resultados interessantes pela Efapel, nas oportunidades que foi tendo. E, para mostrar que se está perante um bom trepador, no reaparecimento do Campeonato Nacional de Rampa, conta com dois títulos em sub-23. É um salto importante numa fase ainda inicial da carreira deste jovem, que terá neste primeiro ano lá fora uma fase de adaptação a outra realidade, mas com a possibilidade de ter uma maior evolução. Isto porque poderá ter acesso a corridas de nível mais elevado, com mais competitividade, ideais para desenvolver as características que fazem dele um ciclista muito completo (tem um bom contrarrelógio!) e com muita margem de progressão. Daniel Viegas 24 anos EOLO-Kometa (contrato até 2022) É um ciclista que se espera que a qualquer momento possa confirmar as expectativas que criou enquanto júnior. Então, fez uma dupla fenomenal com João Almeida. Como sub-23 entrou em 2017 na equipa da Fundação de Alberto Contador e desde então que tem aí continuado a sua evolução. Quando a estrutura subiu a ProTeam e se tornou a EOLO-Kometa, Viegas teve a confiança dos responsáveis para estar neste ambicioso projeto de Contador e Ivan Basso. © Paco Almería/EOLO-Kometa É um ciclista que tem as provas por etapas como as que melhor lhe assentam. Irá procurar as oportunidades que terá de agarrar para que possa seguir o seu caminho de afirmação no pelotão internacional e para que possa ambicionar concretizar o sonho de participar nas grandes corridas mundiais, que a equipa começa a ter acesso. Iúri Leitão 23 anos Caja Rural-Seguros RGA (contrato até 2023) Ambicioso, paciente, sempre à procura do melhor caminho para se tornar num sprinter ganhador. É de Viana do Castelo, mas Iúri Leitão gosta mais do plano e de lutar pelas vitórias nas corridas que beneficiam os homens rápidos do ciclismo. © Caja Rural-Seguros RGA Não tem medo de arriscar e, por isso mesmo, em 2020, depois de duas boas temporadas na Sicasal-Constantinos, foi até Espanha para procurar corridas que se encaixassem melhor nas suas características, assinando pela amadora Super Froiz. A pandemia trocou-lhe as voltas. Como reagiu? Regressou a Portugal e com a Tavfer-Measindot-Mortágua mostrou como é um trabalhador incansável para melhorar na estrada e nunca esquecendo a pista, que tanto gosta. Teve um ano memorável, com duas etapas e classificação dos pontos na Volta ao Alentejo e, claro, aquela medalha de prata nos Mundiais de pista (eliminação), já depois de dois pódios nos Europeus. Chega merecidamente à Caja Rural, equipa espanhola que tanto aposta em portugueses. Abrem-se as portas que tanto queria passar. Porém, certamente que já olha mais além, mas concentrado no presente. Deverá estar nos troféus (corridas de um dia) que vão decorrer em Espanha e é um ciclista a seguir sempre que se apresentar a possibilidade de um sprint. É a possibilidade de aceder a corridas com pelotão mais competitivo, já tendo mostrado na Volta ao Algarve que o que mais quer é estar ao lado dos melhores, para assim evoluir para chegar alto. No escalão Continental Bernardo Gonçalves 23 anos XSpeed United (contrato até 2022) Tem feito um percurso curioso desde que optou de sair de Portugal. Esteve numa equipa amadora espanhola (por cá destacou-se na Jorbi-Team José Maria Nicolau), antes de saltar para o escalão Continental numa formação de licença paraguaia (Massi Vivo-Conecta). © João Fonseca/Federação Portuguesa de Ciclismo Depois foi para a Lviv Continental (licença ucraniana) e este ano estará na XSpeed United, do Canadá. Este jovem ciclista vai assim continuar a sua evolução, sendo que no ano passado esteve em muitas corridas de um dia na Bélgica, incluindo no bem conhecido (e sempre procurado por grandes nomes da modalidade) Le Samyn. Diogo Barbosa 21 anos Hagens Berman Axeon (contrato até 2022) Tem tido a oportunidade para evoluir lá fora. Depois de passar pela estrutura amadora jovem da Caja Rural, saltou para uma das referências da formação de ciclistas e que já viu sair muitos para o World Tour, incluindo os portugueses Rúben Guerreiro, os gémeos Oliveira, João Almeida e André Carvalho. © João Fonseca/Federação Portuguesa de Ciclismo Barbosa vai continuar o seu trabalho de crescimento como ciclista, ele que tem apelido de uma referência do ciclismo nacional (Cândido Barbosa), mas que vai demonstrando características diferentes do pai. Em 2021 alternou alguns resultados mais interessantes, com outros mais discretos, pelo que em 2022 quererá certamente mostrar mais e melhor, e o que pode vir a ser num futuro próximo. Sancho Cruz 27 anos BAI-Sicasal-Petro de Luanda (contrato até 2022) A equipa angolana volta a ter licença Continental e terá um português no plantel. Sancho Cruz vai assim prosseguir a sua carreira com diferentes oportunidades, depois de passagens pela formação da ACDC Trofa/Trofense (venceu uma Volta ao Nordeste em 2018) e pela Jorbi-Team José Maria Nicolau (2019 e 2020). Em 2019, esta formação africana correu muito por cá, incluindo a Volta a Portugal, tendo outro ciclista luso como figura: Micael Isidoro. © João Fonseca/Federação Portuguesa de Ciclismo Também vais querer ler… Mudanças no World Tour: guia definitivo para a época 2022
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