Como já é “tradição” da Vittoria, a marca italiana apresenta mais um “episódio” dos White Papers, uma série de documentos que aprofundam e partilham informação sobre os pneus de bicicleta e os seus elementos constituintes. Isto consoante os processos de fabrico da Vittoria, claro.

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Tentando “traduzir” resumidamente estas informações mais recentes, refira-se que este fabricante começa por uma capítulo de grande importância: as borrachas da parte exteriores dos pneus de bicicleta. O material que está efetivamente em contacto com o solo.

No entanto, a parte interior, que não está visível, naturalmente, tem igual ou superior importância. A construção desta secção também merece atenção, pois é aqui que são consolidadas as boas características do pneu, garante a Vittoria. A “resistência” ao furo e a flexibilidade “decide-se” aqui, bem como a aderência e o conforto, por exemplo.

Segundo a marca italiana, a tela interior é “o componente mais importante de todo o pneu”. Os materiais mais comuns na conceção desta camada interior são o nylon (como opção sintética) e o algodão e a seda como opções naturais. Aprofundemos mais sobre o tópico.

Carcaças de nylon (TPI: 26-150)

Hoje em dia, o material mais usado é o nylon, com um leque muito variado de utilizações e preços. O nylon é utilizado na formação de uma fibra sintética que depois dá lugar ao tecido da camada interior do pneu. O fator que proporciona resistência à carcaça é que os fios de nylon, quando cortados, se opõem ao ângulo de corte, muitas vezes num ângulo de 45 graus.

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Depois, a esta camada chega outra de borracha que é unida com uso de pressão e calor. Por sua vez, esta construção em nylon é somente utilizada em pneus feitos para levarem câmara de ar, daí os pequenos “fios” que se vêem na borda dos mesmos.

O passo seguinte passa por colocar a borracha que já está formada à volta do molde selado, que será exposto a temperaturas muito altas; isto dá origem ao pneu propriamente dito através de um “enchimento” interior que empurra as camadas com o intuito de as unir. Este processo é conhecido como vulcanização.

Carcaças de algodão (TPI: 220-320)

A marca italiana refere que “se utiliza o algodão hà mais de cem anos”. O algodão mais “moderno” é normalmente usado em pneus para competição e topo de gama para os segmentos de estrada, gravel e ciclocrosse.

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O processo de construção é idêntico ao de uma carcaça de nylon, mas com algodão. As fibras também formam uma tela, que por sua vez se orientam num ângulo oposto ao de corte.

Como o espaço entre as fibras de algodão é menor do que nas fibras de nylon, é então usado látex, que penetra nos pequenos espaços mais facilmente, ao invés de se usar a borracha de base butílica, que é muito mais espessa.

Atualmente também aqui se usa o processo de vulcanização, à imagem do se passa com o nylon. Contudo, como este material é usado praticamente desde o início da bicicleta, o processo ainda é manual em alguns casos (na conceção de pneus pneus tubulares, por exemplo).

Para estes, que são feitos “à mão”, é criada uma “capa” de algodão  embebida em látex(no tubular ou clincher), onde posteriormente assenta a camada exterior com a ajuda de uma cola especial.

Carcaças de seda (TPI: acima de 320)

A construção em seda está apenas destinada a pneus tubulares. Este material permite grandes níveis de aderência, tração e flexibilidade (mais do que qualquer outro), pel oque garante a Vittoria, e é somente usado em pneus de estrada ou pista.

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Novamente, o processo de conceção é muito idêntico ao que usa algodão. A seda tem uma textura muito fina, pelo que o seu TPI é bastante elevado: permite aumentar a flexibilidade e reduzir o atrito de rolamento.

Um pormenor que marca a diferença entre o algodão e a seda é o facto de o processo com seda ser conduzido por “fio contínuo”, enquanto o do algodão se faz com cortes. Ou seja, existe mais atrito no algodão. Somado a isto está o facto de a seda precisar de menos látex para preencher os espaços entre as fibras, o que resulta geralmente no uso de mais seda, tornando esta opção mais leve. E também mais cara.

O que é o TPI?

Em inglês, threads per inch; em português, podemos designar a expressão por fios por polegada. O TPI determina a quantidade de material que temos na carcaça do pneu. Se o TPI for de um valor mais elevado, significa que temos mais fios (seja de nylon, algodão ou seda) por cada polegada ao quadrado de superfície. Ou seja, existe menos percentagem de borracha no pneu.

Isto implica diretamente uma maior flexibilidade do pneu. “E esta flexibilidade permite que o pneu se desvie menos das imperfeições da estrada, resultando em menor resistência ao rolamento”, assegura a marca. Obviamente, menor resistência ao rolamento, leva também a uma menor resistência contra impactos ou furos.

Mais info:

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Hands-on GoRide.pt: mousses tubeless Vittoria Air-Liner Light [com vídeos]

Imagens: Site oficial Vittoria

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