Depois de Viana do Castelo, é Viseu que diz não à Volta a Portugal, com a Guarda também em dúvida. Em Viseu, a opinião é que a melhor solução seria um adiamento, pois Volta “sem público não é a mesma coisa” e segundo o autarca local, é necessário “fazer sacrifícios e pôr, acima de tudo, a saúde pública em primeiro lugar”.

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“Transmiti, à organização da Volta, que não me sentia confortável para recebê-la nos moldes habituais, salvaguardando que Viseu tem uma relação umbilical com o ciclismo e quer continuar a receber o evento no futuro. Mas, se o município abdicou da Feira de S. Mateus e da Meia Maratona do Dão, não nos sentimos confortáveis para receber a Volta”, afirmou Almeida Henriques, citado pelo Jornal do Centro.

O presidente da Câmara Municipal de Viseu deixou a garantia que a cidade quer continuar a ser um dos palcos de eleição da corrida, mas não este ano. “Nós sugerimos um adiamento. Eu penso que, este ano, não haverá condições. Trata-se de uma sugestão, porque a Câmara quer continuar a ter a Volta, mas a prova sem público não é a mesma coisa”, disse.

Viseu tem sido uma presença habitual na Volta a Portugal, surgindo no percurso em quase 40 das 81 edições realizadas. Em 2020 deveria receber uma chegada e seria a eleita para o dia de descanso.

Três saídas do percurso?

Esta cidade poderá assim seguir o exemplo de Viana do Castelo, que já fechou a porta à Volta em 2020. “Neste tempo de incerteza e de imprevisibilidade face ao desconhecimento da evolução da Covid-19 e de uma eventual segunda vaga, o município de Viana do Castelo num sentido de prudência, responsabilidade e respeito pela vida não vai permitir a realização da Volta A Portugal em Viana do Castelo no início de agosto”, anunciou em comunicado.

A Guarda também está em dúvida, depois do presidente da Câmara Municipal, Carlos Chaves Monteiro, ter dito à Lusa que a passagem da corrida pela cidade está a ser avaliada. “Não iremos tomar qualquer decisão sem primeiro falar com a organização da Volta a Portugal e estou confiante que a organização será a primeira a avaliar se há ou não há condições para realizar este evento nacional”, referiu.

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Federação deixou garantias

As reticências que estão a vir a público de alguns autarcas, começam a preocupar. Numa altura em que o ciclismo nacional tinha respirado um pouco de alívio ao receber luz verde da Direção-Geral da Saúde para regressar à estrada, após aceitar o plano apresentado pela Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), organizar a Volta a Portugal continua a mostrar ser uma missão difícil devido à pandemia.

Conhecida a decisão de Viana do Castelo, Delmino Pereira, presidente da FPC, deu uma entrevista à RTP deixando garantias que é possível organizar em segurança uma corrida essencial para as equipas portuguesas. “O grande problema não está nas normas. O grande problema está na nossa sociedade que está permanentemente a ser incumpridora das normas que a DGS definiu”, salientou o dirigente. Acrescentou que “a DGS tem consciência da realidade do evento” e que é esta mesma entidade que emite os pareceres sobre todos os setores de atividade.

No plano apresentado pela FPC está previsto um controlo apertado da permanência de pessoas nas zonas de partida e meta, assim como a presença do público. E quanto aos restantes quilómetros das etapas, Delmino Pereira recordou como boa parte da Volta passa por zonas do interior, onde há a pouca probabilidade de grandes ajuntamentos.

Calendário a tentar ganhar forma

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A Volta a Portugal está marcada para 29 de julho a 9 de agosto e após o “sim” da DGS, a FPC apresentou as primeiras corridas do novo calendário, além da competição de maior destaque para o pelotão nacional. Já no dia 5 de julho haverá a Prova de Reabertura em Anadia, um contrarrelógio individual.

A 11 e 12 de julho está agendado o Challenge Memorial Bruno Neves (duas provas de um dia), em Oliveira de Azeméis, seguindo-se o Grande Prémio Internacional de Torres Vedras – Troféu Joaquim Agostinho, entre 18 e 20 de julho.

Depois da Volta a Portugal, só estão marcados os Campeonatos Nacionais, entre 21 e 23 de agosto, em Paredes.

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