No dia em que João Almeida abandonou a Vuelta por doença, a restante equipa UAE Emirates, que até então tinha estado aquém, à exceção da regularidade do jovem Isaac del Toro e, claro, da vitória de Brandon McNulty no contrarrelógio, no primeiro dia, renasce das cinzas e constrói uma vitória épica, altamente moralizadora, para Adam Yates, que estava uma sombra do colíder que se assumiu antes da partida de Lisboa.

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‘Liberta’ da posição que João Almeida ocupava na classificação, que submetia a UAE Emirates a funções de auxílio no pelotão e ao controlo por parte das equipas adversárias, a formação partiu para a ofensiva na etapa rainha da primeira semana (quiçá de toda a prova), com um final extremamente exigente com três contagens de montanha de 1.ª categoria, mas acima de tudo em que as subidas tinham inclinações médias que as tornavam bastante duras e seletivas.

Adam Yates acompanhado de dois bons gregários, Marc Soler e Jay Vine, que conduziram o britânico na fuga, isolaram-se praticamente de todos os elementos (26) quando já tinham 5 minutos de vantagem de um pelotão em que Red Bull (Roglic) e Decathlon (O’Connor) esperavam que as subidas finais e o calor os matassem.

No entanto, Yates esteve ao seu melhor nível (ou a sua melhor exibição sempre!), ainda foi mais impressionante do que O’Connor foi na etapa em que conquistou a camisola vermelha com larga vantagem nesta Vuelta e venceu isolado com quase 4 minutos de vantagem sobre o grupo principal, e ressuscitou na classificação!

Todavia, tão espetacular foi o desempenho de Richard Carapaz, que atacou nas barbas do pelotão em plena subida (a primeira) e lançou-se no encalço da frente da corrida e dos homens da Emirates. O equatoriano só não conseguiu alcançar Adam Yates, mas ficou 1.39 minutos, numa fantástica segunda posição, e ainda está mais perto do que o inglês do topo da geral (agora é 3.º).

E porque é que o Roglic, que tem estado irresistível, não atacou para fazer a diferença e encurtar o avanço de Yates e Carapaz? O esloveno disse que sentiu dores nas costas, ainda resquícios da queda no Tour. As subidas, longas e com inclinação alta e constante, eram propícias ao agravamento desse tipo de sequelas. Por isso, O’Connor teve um dia descansado, quando se pensaria que pudesse estar sob ameaça.

O único dos primeiros que tentou aproveitar (inclusive o estado de Roglic) foi Enric Mas. O espanhol atacou, ganhou alguns segundos, mas na descida final evitou uma queda a alta velocidade por… milagre! E não deve ter ganho para o susto…

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Crédito da imagem:  lavuelta – sprintcycling    https://x.com/lavuelta/status/1827736421114757426/photo/1          

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