As etapas planas ou comumente dedicadas a finais em sprint em pelotão massivo neste Tour estão a ser um tédio! Longas distâncias percorridas a baixa velocidade, sem fugas consolidadas ou outras incidências de corrida, até aos derradeiros quilómetros, quando as equipas começam a preparar o terreno lançar os seus velocistas. Nada que se vira em anos mais recentes, pelo menos, com tanta frequência.

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Desespera-se por ventos laterais que motivem tentativas de cortes, mas em vão. As equipas não estão para esforços com poucas probabilidades de sucesso ou vãos. E o mesmo para os tradicionais aventureiros, que se lançam em fuga. Nem esses estão para dar o corpo ao manifesto, e lá se vai o espetáculo. Um ou outro sem expressão. Um aborrecimento.

Valha-nos o bravo norueguês Jonas Abrahamsen, que tem sido rara exceção, empertigando-se em ataque e fugas, a último em solitária durante mais de 160 quilómetros. Merecidamente, foi distinguido como o corredor mais combativo da primeira semana. Tão empolgante quanto o corpulento detentor da camisola às bolinhas, em etapas planas, só mesmo os sprints finais. Espetáculo à parte.

Poderia perguntar-se se não deveria fazer alguma coisa contra o aborrecimento das etapas planas. Encurtá-las ao mínimo indispensável, já que ninguém quer ‘correr’ até ao sprint final, podia ser uma alternativa. 80 km bastariam ou até menos. Daria para ver se haveria interessados em fazer a fuga, se não, não seria um bocejo tão longo até os comboios as equipas começarem a carburar.

Cremos que o principal, e incontornável, obstáculo ao encurtamento das etapas é publicitário, com os anunciantes, os que pagam a organização da corrida. Exigiram a exposição total. E não só televisiva, também a presencial, pela extensa caravana publicitária que acompanha os corredores. Por isso, é uma utopia reduzir o marasmo, que também deverá ser entediante para os corredores.

Então, venham ideias para convencê-los (e as suas equipas) a que queiram voltar a ser fugitivos e a animar as longas tardes de etapas planas. De preferência promover fugas numerosas, a únicas possibilidades de terem hipóteses de vingar e de não levar à mesma monotonia de ver um corredor ou dois a lutar quilómetros a fio contra a condenação anunciada, o que tem até uma dose de sadomasoquismo associada.

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Crédito da imagem: LeTour Twitter –  https://x.com/LeTour/status/1809569694573105275/photo/1

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