A marca norte-americana renovou recentemente a sua já bastante completa gama de sapatos Trek para ciclismo de estrada com o lançamento dos modelos Velocis, RSL Road e RSL Knit com tecnologia MetNet, uma inovação de que falaremos bastante neste teste e no vídeo de review acima.

PUB
Beeq

Relembramos que nessa altura, no lançamento destes três pares de sapatos, apresentámos cada um deles ao pormenor.

Antes das nossas impressões sobre eles, recordemos alguns desses detalhes, então. A começar por um facto muito interessante: os três pares foram desenvolvidos de acordo com a informação e o feedback fornecidos pelos ciclistas profissionais da equipa Lidl-Trek.

Os Trek RSL Road, que custam 399 euros, são a escolha da equipa World Tour Lidl-Trek.

Aliás, o modelo Trek RSL Road é mesmo o sapato escolhido por esses atletas neste momento e em todas as competições em que participam.

Quando à tecnologia MetNet, a explicação é fácil: trata-se de uma espécie de secções da superfície principal do sapato que são micro-perfuradas e mais flexíveis, o que “confere um melhor ajuste do sapato ao pé devido a zonas de descompressão criadas por este sistema”, explica a Trek, que relembra também que estes três sapatos trazem também as novas palmilhas BioDynamic.

PUB
Nova BH Lyns SLS 2025

Os Trek Velocis são os mais baratos deste trio, a 249 euros.

Ora, após experimentarmos durante várias horas os três pares de sapatos Trek aqui em causa, podemos dizer sobre o Metnet que este sistema se manifesta de forma diferente, ou até mais pronunciada, nos diferentes modelos.

A tecnologia MetNet está relacionada com as referidas micro-perfurações que encontramos nos sapatos.

E os mais atentos, só de olharem para as fotos, percebem que existem diferenças a esse nível, o que se manifesta depois ao nível da “respiração” do sapato e também ao nível do ajuste ao pé.

Trek METNET Comfort Technology: Revolutionary fit, formed to you
PUB
KTM Macina Scarp SX Prime

Esse padrão é diferente principalmente no modelo Trek RSL Knit, o mais caro. Contudo, os Velocis e os RSL Road apresentam também perfurações diferentes, com os Trek Velocis a serem mais contidos na área abrangida pela tecnologia e também com formas mais básicas.

Nos RSL Road, as perfurações ocupam uma área maior e isso faz diferença. Por outro lado, os Trek RSL Knit fogem a esta “regra”, pois este modelo mais exclusivo assume uma formato que quase o assemelha a uma meia. Isso mesmo, uma espécie de meia que é abraçada por dois suportes laterais e com ajuste pelas bem conhecidas rodas de aperto BOA.

Os Trek RSL Knit são quase todos em tecido e estão no topo da gama, com preço de 449 euros.

Ou seja, nos Knit notamos uma sensação de leveza maior, mais frescura e até mais conforto. As zonas de compressão são efetuadas com as bandas de suporte que “abraçam” o pé e esse sistema funcionam, apesar destes Knit não serem perfeitos, contudo. Já lá vamos, começamos pelos mais baratos.

Antes disso, uma nota: além do vídeo de review logo no início deste artigo e do vídeo da Trek relativo à tecnologia MetNet também já mostrado, a marca tem um vídeo explicativo sobre cada um destes pares de sapatos. Estão mais abaixo.

Trek Velocis (249 euros)

Começamos então pelos mais baratos, como referimos. Mas atenção, isto sem menosprezo! É que estes Trek Velocis custam sensivelmente metade do que os outros dois modelos presentes neste artigo. Mas será que valem “metade”?

“Valorizam o conforto, a transferência de potência e o desempenho”, diz a Trek sobre eles, e nós estamos de acordo. Este é um sapato que cumpre e que cumpre bem a sua missão!

PUB
KTM Macina Scarp SX Prime

Em termos de design achamos que está no “sítio certo”, embora se assemelhe a muitos outros disponíveis no mercado. Testámos uns na cor preta, mas confessamos que o branco pode resultar melhor visualmente. Gostos não se discutem!

Trek Velocis Road Cycling Shoe: A new standard

Os apertos BOA tornam o encaixe no pé bastante bom e, na parte superior, encontramos as já referidas zonas de descompressão da tecnologia Metnet. Fomos à procura de testar esta mesma tecnologia e perceber o seu efeito prático.

E confessamos que nem sempre conseguimos perceber as diferenças práticas a este nível, até porque são várias as nuances que podem afetar o conforto, a ventilação e o ajuste do pé dentro do sapato. O que é certo é que os nossos pés estiveram frescos, secos e sem “formigueiros”.

Em comparação com os Trek RSL Road, que são entre os três os que estão a seguir em termos de preço, podemos afirmar que sentimos menos o efeito de “descompressão”; contudo, a área inerente à tecnologia MetNet é também menor.

Contamos aqui com uma sola de carbono, tal como nos outros dois modelos. E, neste aspeto, não sentimos qualquer falha em transpor a potência para os pedais. E isto em todos eles. A rigidez está lá. Mas sentimos que os Velocis são talvez os mais indicados para quem tem um pé mais “normal” e uniforme em termos de largura.

A relação qualidade/preço está equilibrada e há três cores à escolha (branco, preto e vermelho). Reforçamos, no entanto, que em termos de design estes são uns sapatos banais.

Trek RSL Road (399 euros)

Aqui eleva-se um pouco o patamar de exclusividade e também o das perfurações e ação da tecnologia MetNet que a Trek tanto publicita. Fácil, neste caso dos RSL Road: há mais aberturas, e ao longo de uma área mais dispersa do sapato, pelo que se notam alguns desses efeitos de que a marca fala.

Os Trek RSL Road “moldam-se” bem ao pé. Não são do estilo “meia” de tecido como os Knit, mas sentimos que, com o passar das horas em cima da bicicleta, o pé está praticamente sempre com o aperto correto. Um equilíbrio entre o apertado e o aliviado, talvez.

Trek RSL Road Cycling Shoe: An elevated classic

Notámos também que este pode ser um sapato mais adequado a quem tem a base do pé a tender para o largo…No nosso caso, gostávamos de ver uma palmilha diferente neste modelo, pois esta, neste sapato, não nos convenceu ao nível do conforto.

Ainda assim, isto pode ser uma questão meramente pessoal. É importante experimentarmos em busca do que pode funcionar melhor connosco…

Nestes RSL Road contamos também com apertos BOA Li2 e com sola em carbono OCLV. E conseguimos perceber perfeitamente o porquê destes serem a opção dos ciclistas profissionais da Lidl-Trek. Os RSL Road são uma boa combinação entre performance e conforto, o essencial para uma boa prestação em cima da bicicleta.

A parte traseira do sapato é também feita com um material diferente. A fibra sintética, na zona do calcanhar, dá lugar a uma reforço em fibra mais rija e que faz assentar o calcanhar de forma segura, parece-nos.

E, sim, neste caso o preço já sobe para um nível mais alto. Quem tiver um orçamento a esse nível e quer algo mais exclusivo, esta é uma boa opção, contudo. Gostámos. Como pontos positivos destacamos a rígidez, a fibra sintética fácil de limpar e a ação do sistema MetNet.

Trek RSL Knit (449 euros)

Será esta a “cereja em cima do bolo”? Estes Trek RSL Knit marcam pela diferença visual, mas também pela inovação ao nível do conforto… É que com este modelo entramos em território exclusivo (muito!) e isso tem um preço: além dos 449 euros pedidos, temos ainda pela frente um belo trabalho de limpeza…

Porque a vasta área em tecido faz com que os Knit fiquem sujos com mais facilidade. E limpar tecido nem sempre é fácil! Este talvez seja o único ponto menos positivo que encontramos neste modelo (além do preço, claro!).

Trek RSL Knit Road Cycling Shoe: A material advantage

Como já referimos atrás por várias vezes, estes Trek RSL Knit assumem um formato de “meia”, o que confere uma sensação única durante a utilização. É um sapato leve, ergonómico e muito rígido, por outro lado.

E essa zona em tecido é a que adiciona a tecnologia Metnet a este modelo, e como forma de se destacar face aos outros dois modelos. Na medida certa, o formato meia proporciona um ajuste muito bom, que através dos suportes laterais e dos apertos BOA Li2 fica ainda melhor.

A zona do calcanhar é também revestida com um tecido mais áspero e com “brilhantes”, sendo que do lado interior oferece um rebordo do estilo velcro, isto para que o calcanhar não escorregue.

E gostamos aqui da sensação de “não ter nada no pé”. O conforto que os RSL Knit proporcionam está muito acima dos outros dois modelos. Sendo a sua estrutura muito maleável, não existe qualquer atrito ou ponto de stress com o pé. Aprovados!

Mais info:


Trek Velocis

Trek RSL Road

Trek RSL Knit

Neste teste:

  • Texto e teste: Rafael Prazeres
  • Fotos e vídeo: Jorge D. Lopes e Nuno Granadas
  • Vídeo: Jorge D. Lopes
  • Rider nas imagens: Rafael Prazeres

Caso detetes algum erro ou tenhas informação adicional que enriqueça este conteúdo, por favor entra em contacto connosco através do email geral[arroba]goride.pt.

Também vais gostar destes!