E não é que a UAE Emirates bateu a Jumbo-Visma no seu terreno e ganha a primeira vantagem nesta edição deste Tour 2023?!

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A Jumbo preparou o triunfo de Wout van Aert trabalhando durante toda a etapa inaugural no desnivelado País Basco, com uma subida explosiva (Pikes, 2,1 km a 9,4%) a 10 quilómetros da meta, e com essa vitória também a conquista da camisola amarela para o pujante corredor belga.

Mas foi a formação dos Emirados a dominar na fase decisiva da tirada e a vencê-la. Por Adam Yates, o anunciado joker de Tadej Pogacar neste Tour – ou mero bluff – que vergou o irmão Simon, da Jayco, numa espetacular colaboração seguida de luta com muito próximo… parentesco.

Mas o dia bom da UAE foi mais além da vitória e a liderança de Yates. Pogacar, que comandou o final da referida subida, deixando o rival Vingegaard sempre remetido à roda – quando se poderia prever que o dinamarquês tentasse testar a condição física do esloveno em dúvida neste arranque do Tour -, impôs-se ao sprint no grupo perseguidor sobre a meta (a 12 segundos de Adam Yates) e ganhou quatro segundos de bonificação, também se adiantando no duelo primordial pelo triunfo na corrida com o dinamarquês da Jumbo-Visma, que foi (apenas) nono (com o mesmo tempo real de Pogacar).

Pogacar ficou tão satisfeito com o desfecho da jornada – saliente-se que no grupo encontrava-se Van Aert, que nem sequer se fez ao sprint, terminando na cauda, em 11.º lugar – que exultou ao cruzar a meta, celebrando de braços erguidos, como se tivesse vencido.

“É como se eu tivesse vencido”, disse Tadej Pogacar. “Acho que estou ainda mais feliz do que eu se tivesse vencido. É uma grande vitória. Temos três camisolas! É ainda melhor do que o esperado, podemos estar muito orgulhosos deste trabalho. Mostramos que éramos fortes e também que tínhamos boa estratégia», afirmou o esloveno.

“Estou muito feliz com meu desempenho e com o de toda a equipa também. Creio que liguei o motor hoje, embora tenha sido difícil na última subida. Estou satisfeito com a minha forma”, continuou o vencedor do Tour em 2020 e 21.

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No fundo, Pogi poderá ter ganhado mais do que quatro segundos e a sua equipa a vitória por Yates. Ganhou importante confiança ao provar-se que consegue estar ao nível de Vingegaard – pelo menos neste primeiro embate, que tinha tudo para ser-lhe desfavorável, e a quem, como ele, tem menos ritmo competitivo. O Tour não podia ter começado mais emocionante…

Todavia, começou mal, muito mal, para dois candidatos ao pódio, de quem se poderia esperar que acrescentassem competitividade e interesse à prova: o espanhol Enric Mas e o equatoriano Richard Carapaz, lideres da Movistar e da EF Education, respetivamente, vítimas de queda numa descida a cerca de 15 quilómetros da chegada.

Enric Mas foi forçado a abandonar ainda no local e Carapaz chegou bastante atrasado, mas já não partirá para a segunda etapa este domingo. Duros reveses para ambas as equipas – e desde logo para os portugueses da Movistar Ruben Guerreiro e Nelson Oliveira, que foram dos muitos (incluindo o compatriota Rui Costa) que não resistiram ao exigente final da etapa.

Dececionante foi igualmente o desempenho de Julian Alaphilippe, apenas 25.º, no terceiro grupo, a 33 segundos do vencedor, incapaz de acompanhar o ritmo dos melhores, e pouco melhor o de Mathieu van der Poel – porque não é tão apto a passar subidas íngremes como o francês -, 12 lugares abaixo deste, ainda que Wout van Aert tivesse conseguido e integrado o grupo principal, e ainda melhor do que o bastante mais leve corredor da Soudal Quick-Step.

Nota ainda para a performance dos ditos candidatos secundários à classificação geral. Já descrito o incidente de dois dos principais, Enric Mas e Richard Carapaz, saliente-se desde logo Thibaut Pinot e David Gaudu, os dois pontas de lança da sempre motivada e ambiciosa Groupama-FDJ no Tour, Jay Hindley, líder da BORA, Matthias Skjelmose, da renomeada Lidl-Trek, Mikel Landa (Bahrain) e Carlos Rodriguez, o melhor da INEOS.

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Imagens: Tour de France Twitter

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