João Almeida bem que pode sorrir. Se na Volta ao Algarve não deixou as melhores indicações – exceto na etapa do Malhão -, tudo foi bem diferente no Tirreno-Adriatico e na Volta à Catalunha. Aproxima-se o Giro, o primeiro objetivo de 2023 e o principal no que a grandes voltas diz respeito. E há razões para estar otimista.

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“Estou feliz com a exibição desta semana. Penso que o pódio é um bom resultado e mostra que a forma é boa antes das corridas futuras. Agora é tempo de descansar e começar a preparar a Volta a Itália”, afirmou o ciclista depois do terceiro lugar na prova catalã, atrás de Primoz Roglic e Remco Evenepoel, os dois principais candidatos para a grande corrida de três semanas em Itália.

Se por agora temos as clássicas do pavé como ponto alto desta fase da temporada, já se está em contagem decrescente para o Giro, que começa a 6 de maio, com um contrarrelógio de 18,4 quilómetros entre Fossacesia Marina e Ortona.

Antes da Catalunha, Almeida foi segundo no Tirreno-Adriatico, perdendo para um irresistível Roglic que regressou insaciável por vitórias, depois de uma longa paragem. O português conquistou a classificação da juventude.

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Mas mais do que os resultados, foram as exibições perante uma concorrência de muito respeito. Nem tudo foi perfeito, mas é notória a evolução da forma física da Volta ao Algarve, em fevereiro, para as duas provas World Tour em março.

João Almeida já fez do seu estilo as tão conhecidas recuperações e a sua forma lutadora está a dar frutos. Não tem a “explosão” de um Evenepoel ou de um Roglic, o que, talvez, acabou por tirá-lo da luta por uma etapa.

Porém, numa grande volta, esta resistência que o português da UAE Team Emirates demonstra e, principalmente, a forte mentalidade de nunca atirar a toalha ao chão, podem ser armas muito importantes em concretizar o sonho de estar no pódio final em Roma.

O que menos agradou foi novamente o coletivo. A UAE Team Emirates continua a não demonstrar uma união inequívoca em torno do seu líder, algo que não acontece se estivermos a falar de Tadej Pogacar. Adam Yates demorou a assumir o papel de gregário quando rapidamente ficou fora da luta pela geral na Volta à Catalunha, por exemplo.

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Marc Soler vai-se dividindo entre os objetivos pessoais e a ajuda ao líder. Mas nem, nem outro estão previstos para o Giro.

Aliás, a UAE Team Emirates não tem colocado junto em todas as provas o grupo que vai à Volta a Itália. No Tirreno-Adriatico, Alessandro Covi e Davide Formolo estiveram com João Almeida, mas na Catalunha, nenhum dos eleitos está escalado para a grande volta.

A equipa não está fechada, pelo que há expectativa para ver se o neozelandês de 21 anos, Finn Fisher-Black, entrará nas escolhas. Tem sido o ciclista que mais tem ajudado o português quando o percurso começa a subir.

A expectativa é, naturalmente, enorme, ainda mais perante as duas últimas corridas de João Almeida. Agora é tempo de recalibrar forças e o campeão nacional não irá competir mais até ao Giro, optando antes por estagiar e preparar longe dos olhares do público uma grande volta em que já andou de rosa e sonha com nova prestação memorável.

Depois de em 2022 ter sido obrigado a abandonar devido à covid-19, não é que existam contas a ajustar, pois para João Almeida o pensamento é mais em fechar contas com o Giro, talvez a pensar em 2024 mudar os planos, ambicionando uma presença na Volta a França.

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Fotografias: Sprint Cycling Agency/Facebook UAE Team Emirates

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