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Partilha!Tweet Com Remco Evenepoel, na Soudal Quick-Step passou-se a falar mais de grandes voltas do que em clássicas. A aposta no belga é grande (e assim tem de ser), mas as clássicas e os sprints continuam a fazer parte do ADN da equipa belga. Há pouco tempo, nesta altura de início de época, o mais normal seria estar a ouvir os ciclistas da Soudal Quick-Step escolher as clássicas que mais desejariam tentar ganhar e saber o que Julian Alaphilippe quereria fazer na Volta a França. Porém, desde que Remco Evenepoel chegou à equipa o discurso foi sendo ligeiramente alterado e agora que conquistou a Vuelta, o que mais se fala na equipa é… na Volta a Itália.PUB A formação belga sempre foi conotada com as clássicas e os sprints. Remco Evenepoel veio mudar de vez essa mentalidade, já que, apesar de Alaphilippe ter andado de camisola amarela no Tour e de muito se ter falado que talvez pudesse tentar um dia ganhá-la, a verdade é o que o voltista por excelência acabou por ser o jovem belga. A Soudal Quick-Step está, por isso, numa fase de mudança. Sem, no entanto, querer perder a sua identidade. A equipa vai continuar a querer ser forte nas clássicas e vencer etapas ao sprint. Porém, para manter Evenepoel é preciso começar a ter ciclistas que possam fortalecer o bloco das grandes voltas a pensar na geral e não tanto em etapas. Este ano é o Giro o primeiro grande objetivo para Evenepoel, mas não tardará a ser o Tour. Esta aposta refletiu-se desde logo numa das contratações e até em quem saiu da equipa. O veterano Zdenek Stybar é exemplo disso mesmo. Fez grande parte da carreira na formação belga, foi um ciclista importante tanto como gregário, como a dar vitórias importantes, mas tudo tem o seu fim e foi o momento de procurar um novo desafio, aos 37 anos. O checo Jan Hirt chega à equipa depois de uma das melhores épocas da sua carreira. O destaque vai, naturalmente, para a vitória de etapa e top 10 no Giro. Ou seja, um ciclista perfeito para estar ao lado de Evenepoel. Com esta mudança, Hirt abdica de um estatuto mais livre que gozava na Intermarché-Wanty-Gobert Matériaux. Não significa que não tenha as suas oportunidades – até seria estranho tendo em conta a mentalidade na Soudal Quick-Step de tentar dar liberdade de quando em vez até aos ciclistas mais chamados a trabalhar -, mas tem as características necessárias para a alta montanha. Ou seja, um provável braço direito do campeão do mundo, Remco Evenepoel. Fausto Masnada, James Knox, Mauro Schmid, Mauri Vansevenant são ciclistas de qualidade quando terreno começa a subir. Mas não significa automaticamente que estejam ao lado de Evenepoel. Aliás, este irá escolher cinco dos companheiros para o Giro.PUB Casper Pedersen pode assumir um papel de todo-o-terreno. Tanto está num sprint, como se dá bem em clássicas, como em grandes voltas pode ser uma boa ajuda, sem ser na alta montanha. Já Tim Merlier é contratado para mostrar que se há algo que a Soudal Quick-Step não abdica é de ter ciclistas que garantam várias vitórias por ano. O sprinter ocupa a vaga deixada por Mark Cavendish – ainda sem equipa para 2023 -, mas terá à sua frente na hierarquia o campeão europeu Fabio Jakobsen. A situação de Julian Alaphilippe Enquanto Remco Evenepoel concentra grande parte das atenções na Soudal Quick-Step, o diretor Patrick Lefevere não deixa esquecer Julian Alaphilippe. E não pelas melhores razões. O francês tem estado em quebra nos últimos dois anos e o responsável exige mais e melhor do seu ciclista. Alaphilippe continua com o seu estatuto de líder intocável, pelo menos em 2023. Tem a Volta a Flandres como um grande objetivo para esta primeira fase da temporada, sendo, naturalmente, sempre um homem forte para a semana das Ardenas. Depois: Volta a França. Será uma temporada importante para manter-se com poder de escolha, pois quando chegar o momento de colocar Evenepoel no Tour, Alaphilippe poderá começar a sentir também ele a mudança que se vive na equipa, com o belga no centro de muitas das decisões que serão feitas e Alaphilippe a ter de se adaptar a essa realidade.PUB Mas, os adeptos da Soudal Quick-Step que tanto espetáculo dá nas clássicas (principalmente do pavé), que tantos e bons sprinters tem tido ao longo da sua histórias, fiquem descansados. A equipa manteve ciclistas que estão mais do que habituados a vencer nesse tipo de provas e que confirmam que, apesar da fase de mudança, ainda se mantém esse ADN da estrutura. Reforços: Casper Pedersen (Din, 26 anos, DSM), Jan Hirt (Che, 31, Intermarché-Wanty-Gobert Matériaux) e Tim Merlier (Bel, 30, Alpecin-Deceuninck). Permanências: Andrea Bagioli (Ita, 23), Bert van Lerberghe (Bel, 30), Davide Ballerini (Ita, 28), Dries Devenyns (Bel, 39), Ethan Vernon (GB, 22), Fabio Jakobsen (PB, 26), Fausto Masnada (Ita, 29), Florian Sénéchal (Fra, 29), Ilan van Wilder (Bel, 22), James Knox (GB, 27), Jannik Steimle (Bel, 26), Josef Cerny (Che, 29), Julian Alaphilippe (Fra, 30), Kasper Asgreen (Din, 27), Louis Vervaeke (Bel, 29), Mauri Vansevenant (Bel, 23), Martin Svrcek (Sk, 19), Mattia Cattaneo (Ita, 32), Mauro Schmid (Sui, 23), Michael Morkov (Din, 37), Pieter Serry (Bel, 34), Remco Evenepoel (Bel, 22), Rémi Cavagna (Fra, 27), Stan van Tricht (Bel, 23), Tim Declerq (Bel, 33) e Yves Lampart (Bel, 31). Saídas: Iljo Keisse (Bel, 40, retirou-se), Mark Cavendish (GB, 37), Mikkel Honoré (Din, 25, EF Education-EasyPost), Stijn Steels (Bel, 33, retirou-se) e Zdenek Stybar (Che, 37, Team Jayco AlUla). 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