Não é normal vermos uma marca de bicicletas enveredar por “experiências” na criação e lançamento de dispositivos deste género. Neste caso, o ciclocomputador Giant Dash M200 parece-nos ser um resultado de uma “experiência” desse tipo, precisamente. E isso é algo bastante bom.

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Bom em dois sentidos: surge assim mais um opção no que diz respeito à escolha de um GPS para a bicicleta, e vemos um grande fabricante de bicicletas (e também de componentes e acessórios) como a Giant a “dar a mão” a uma marca com pouca expressão no segmento dos ciclocomputadores.

Sim, porque a Giant, apesar de ter o logotipo bem visível neste Dash M200, não é o fabricante de origem do GPS. É a Stages Cycling que produz o dispositivo, que até já existia no catálogo da marca, sendo esta a 3ª geração Dash.

Mas vamos ao GPS propriamente dito, pois trata-se de um equipamento relativamente recente, o que significa sempre novidades no que toca a funcionalidades, design, montagem, etc. E isso acontece.

Na vertical ou… na horizontal?

E começamos com o que é realmente distinto face à maioria dos ciclocomputadores que conhecemos na atualidade: o Giant Dash M200 pode ser utilizado tanto na vertical, a posição “nativa” de um GPS para ciclismo, como na horizontal, uma posição menos habitual neste contexto.

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Refira-se que podemos alternar entre as duas posições sem ser necessário mexer no suporte de instalação no guiador, pois este está pensado para acolher as duas disposições.

E também pode ser usado com GPS de outras marcas, nomeadamente Garmin.

Trata-se de um suporte suspenso, de instalação no guiador, que está incluído. Não vem de origem mais nenhum tipo de acessório para esta finalidade, ao contrário do que acontece com modelos concorrentes ao mesmo preço de 279 euros.

Alternar entre as posições vertical e horizontal não é algo que recomendemos que se faça em andamento, atenção. É um movimento de rotação que requer um ligeiro encaixe final, é melhor fazer com a bicicleta parada.

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Depois é apenas preciso ir aos menus do GPS e alterar as definições para visualização na horizontal, pois a mudança não é automática (como acontece quando rodamos o smartphone, por exemplo). Tudo bem.

Também podemos incluir esta definição num dos perfis que podemos criar no ciclocomputador. Isto é algo útil, como sabemos, para quando usamos o dispositivo com mais do que uma bicicleta.

Um perfil para estrada, por exemplo, outro para BTT (e talvez ainda outro para a e-bike…). Diferentes ecrãs selecionados para apresentação, opções de visualização e muitos outros settings “à medida”.

Ecrã de 2,2’’ não tátil

Não sendo tátil, o ecrã Everbrite da Stages tem 2,2 polegadas apresenta todos os conteúdos de forma muito organizada, além de que o sensor automático de iluminação cumpre a sua missão.

Cores naturais nos mapas e, ainda em relação à dimensão do ecrã, talvez seja este patamar o mínimo para que se consiga olhar para o ecrã e navegar com sucesso ao mesmo tempo. Será preciso cuidado na modo de visualização em que o mapa partilha espaço de ecrã com campos de dados e informação.

Aliás, este é um GPS que pode apresentar até 14 informações distintas ao mesmo tempo no ecrã, algo em que bate o recorde. Modelos concorrente suportam menos cinco espaços que estes 14 possíveis de definir neste Dash M200.

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Prototype

Tudo personalizável, claro, ainda para mais com a ajuda da app para smartphone Stages Cycling App (gratuita). Uma nota para o facto do ecrã “sofrer” um pouco com os reflexos causados pelo excesso de luz ambiente ou pela luz solar a incidir-lhe diretamente.

O controlo dos menus é feito com os quatro botões que vemos junto ao ecrã e será uma questão de hábito até conseguirmos navegar por todas as opções rápida e facilmente.

Na lateral há apenas um botão, o de ligar e desligar (acumula outras funções nalguns momentos), e nota-se outra coisa: por vezes é preciso pressionar os botões com um pouco mais de força e isso faz com que o suporte e o GPS “afundem” ligeiramente. Nada de muito incómodo, no entanto. Com luvas respondem bem.

Construção à ‘medida’ do preço

Por outro lado, a construção de todo o equipamento está em linha com o valor que por ele é pedido. Não nos parece ser o mais resistente do mercado em caso de queda ou colisão, mas também não ficará demasiado maltratado, certamente.

Pesa 76 gramas, o que é algo bastante positivo, e as medidas de 81 x 51 x 22 mm correspondem talvez à média de tamanho no mercado atual. Nem grande, nem pequeno. Quem procura um modelo com ecrã maior, aí sim terá de ter um GPS maior fisicamente.

Ainda não experimentámos este Giant Dash M200 com temperaturas mais baixas, mas com o calor tudo corre bem. E também com uma boa chuvada, ou seja, a certificação IP57 garante proteção contra chuva, suor, salpicos, areia, pó.

Antes de falarmos de autonomia e ligações, dois aspetos fundamentais num ciclocomputador, deixamos algumas informações úteis: primeiro, a capacidade de armazenamento interno de 16 GB. Mais do que suficiente. Depois, a presença de barómetro e sensor de temperatura, dois itens que podem dar jeito aos mais “prós”.

Rápido a entrar em ‘ação’

A rápida ligação aos satélites é um ponto positivo. Além de GPS, a Stages fala de suporte QZSS com SBAS (WAAS, EGNOS, MSAS e GAGAN). Mas o que realmente importa é que o GPS fica pronto para andar rapidamente, isto em espaços exteriores.

Em complemento, estão presentes ligações Bluetooth e Ant+, especialmente úteis para estabelecer relação com rolos de treino inteligentes, potenciómetros, sensores de velocidade e cadência, luzes, etc. Atenção às compatibilidades aquando da compra destes acessórios. Nos nossos testes, os sensores de cadência e velocidade do kit Garmin funcionam.

Ainda em relação ao Bluetooth, note-se que está garantida por esta via a ligação ao smartphone para recebermos notificações em tempo real e para fazermos upload automático das voltas para o Strava, para o TrainingPeaks ou para outras plataformas do género. Também tem Wi-Fi.

Decorre tudo com relativo sucesso e com a ajuda da já referida app Stages Cycling, que inclusive serve para efetuar a configuração inicial deste M200. Diríamos mesmo que este é um passo que não poderá ser feito de outra forma…

Autonomia contida

Em termos de consumo de energia, as nossas experiências até agora mostram um média de autonomia a rondar as sete horas num uso normal, sem ser no modo de poupança de energia (que trará, estimamos, mais 20% de autonomia).

Isto face às 10 horas que a marca indica mesmo quando ativas as ligações Bluetooth, a potenciómetros e sensores de batimento cardíaco, por exemplo. Utilizando estes add-ons a bateria, à partida, durará metade do que é esperado.

Resumindo: quem desejar variar face às marcas mais habituais e fortes de ciclocomputadores, tem aqui uma opção que merece atenção, e não somente por agora “vestir as cores” da Giant.

Um GPS que não está ao nível dos topos de gama que conhecemos, mas que, pelo preço de 279 euros, acaba por ser muito eficaz na missão a que se propõe. E isto sabendo que tem várias limitações e pontos que em versões futuras têm de ser melhorados.

A nossa experiência está a ser boa, confessamos, mas aconselhamos a que vejas e experimentes este modelo “ao vivo e a cores”, se possível, pois transmite sensações bastante próprias.

Especificações do Giant Dash M200

  • Ecrã Stages Everbrite de 2,2” a cores, não tátil, com sensor de luz automático
  • Certificação IP57
  • Sinal GPS e QZSS com SBAS (WAAS, EGNOS, MSAS e GAGAN)
  • Acelerómetro, barómetro e termómetro
  • Compatível com suportes Garmin
  • Peso: 76 gramas
  • Dimensões: 81 x 51 x 22 mm
  • Ligações: Bluetooth, Ant+ e Wi-Fi
  • Bateria recarregável por ligação mini USB
  • Autonomia média indicada pela marca: 10 a 11 horas
  • Autonomia média nos nossos testes: 6 a 7 horas
  • Compatibilidade com sensores de ritmo cardíaco, velocidade, potência e cadência
  • Armazenamento interno: 16 GB

Site oficial:

Todas as fotos (clica/toca para aumentar):

Neste teste:

  • Texto: Jorge D. Lopes
  • Vídeo e fotos: Jorge D. Lopes

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