A história da Clássica da Arrábida pode ser curta, mas já começa a ter uma equipa que a marca. A Caja Rural-Seguros RGA parece ter um gosto especial por esta corrida e em cinco edições somou a segunda vitória. Jonathan Lastra, vencedor em 2019, esteve presente, mas desta feita foi o venezuelano Oluis Aular a triunfar.

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“É uma prova que nos tem corrido bem. O Jonathan Lastra já venceu uma vez e fez segundo no ano passado. Vínhamos para tentar ganhar. A equipa fez um trabalho estupendo ao longo de toda a corrida. Nos últimos quilómetros trabalhámos para esta chegada e tivemos a recompensa. Arranquei um pouco de longe, mas sabia que teria de ser assim para ganhar”, afirmou no final Orluis Aular.

Luís Gomes (Kelly-Simoldes-UDO) e Luís Mendonça (Glassdrive-Q8-Anicolor) foram segundo e terceiro, respetivamente, numa corrida ganha por Orluis Aular (Caja Rural-Seguros RGA). Foto: Elisabete Silva.

Esta foi a primeira vitória da época da formação espanhola, que é uma presença habitual em Portugal, participando em várias corridas. Aular, 25 anos, homem rápido que se dá bem em percursos com algum sobe e desce. Este ano já tinha alcançado dois bons resultados que comprovam isso mesmo: um sexto lugar na Volta a Murcia e um quarto na primeira etapa do Gran Camiño.

A festa final em Setúbal. Foto: Elisabete Silva

A chegada em Setúbal foi ao sprint, algo que nunca tinha acontecido na Clássica da Arrábida. Luís Gomes (Kelly-Simoldes-UDO) e Luís Mendonça (Glassdrive-Q8-Anicolor) fecharam o pódio.


Francisco Guerreiro foi o melhor Jovem e Henrique Casimiro o mais forte na classificação da montanha. A Efapel Cycling venceu ainda por equipas. Foto: Elisabete Silva

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A corrida

Foram 161,8 quilómetros entre Sesimbra e Setúbal, com passagem por Pamela, feitos a alta velocidade, com uma média um pouco acima dos 44 quilómetros/hora. A primeira fase da prova foi mais plana, com três dos quatro prémios de montanha colocados nos 40 quilómetros finais.

Henrique Casimiro venceu dois e subiu ao pódio como o vencedor desta classificação, num bom dia para a Efapel Cycling de José Azevedo. Francisco Guerreiro foi o melhor jovem e a equipa ganhou coletivamente.

A fuga do dia contou com 14 ciclistas, com muitas equipas representadas, obrigando o pelotão a estar bem atento. A vantagem pouco ultrapassou os dois minutos.

Foto: João Fonseca Photographer/Federação Portuguesa de Ciclismo

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Sergio Martín (Caja Rural-Seguros RGA), Ángel Fuentes e Oscar Pellegrí (Burgos-BH), Rafael Lourenço (Atum General-Tavira-AP Maria Nova Hotel), Carlos Oyarzún (Aviludo-Louletano-Loulé Concelho), Henrique Casimiro (Efapel Cycling), Thomas Armstrong (Electro Hiper Europa-Caldas), Javier Moreno (Glassdrive-Q8-Anicolor), Barry Miller (Java Kiwi Atlantico), Rodrigo Caixas (LA Alumínios-Credibom-Marcos Car), Tiano da Silva (ProTouch), César Martingil (Rádio Popular-Paredes-Boavista), António Barbio (Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados) e Ricardo Vilela (W52-FC Porto) animaram a corrida, com os últimos resistentes a serem apanhados pelo pelotão a cerca de 11 quilómetros da meta. Jóni Brandão (W52-FC Porto) tentou surpreender, mas sem sucesso.

Foto: João Fonseca Photographer/Federação Portuguesa de Ciclismo

A Avenida Luísa Todi proporciona um excelente palco para chegadas ao sprint, com Aular a tentar antecipar-se à concorrência, tática que resultou. Orluis Aular completou a distância em 3:40.31 horas.

Foto: João Fonseca Photographer/Federação Portuguesa de Ciclismo

De referir ainda que a Clássica da Arrábida faz parte da Taça Nacional de Equipas. A Rádio Popular-Paredes-Boavista continua no comando, agora com 175 pontos. Seguem-se a Glassdrive-Q8-Anicolor (165) e a Kelly-Simoldes-UDO, (160).

O ‘sterrato’

A Clássica da Arrábida entrou no calendário nacional com o objetivo de ser uma corrida diferente. Numa altura em que a Strade Bianche já se afirmava como uma das mais espectaculares, por cá, o ‘sterrato’ – entenda-se terra batida – também ganhou adeptos e é um dos elementos diferenciador nesta prova de categoria 1.2, que se realiza desde 2017. A subida da Cobra (terceira categoria) é a zona de ‘sterrato’ que se vai tornando imagem desta corrida.

Foto: João Fonseca Photographer/Federação Portuguesa de Ciclismo

Como o ciclismo sempre faz, ajuda também a promover uma região com tanto para dar e mostrar e, para os amantes da bicicleta, com tanta estrada (e não só) por descobrir ou continuar a explorar.

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Esta clássica não se realizou em 2020 devido à pandemia, mas continua a sua afirmação entre as mais emotivas provas de um dia. Este domingo não foi exceção.

Partiram de Sesimbra 153 ciclistas, com 20 equipas presentes: as dez Continentais portuguesas, mais quatro de clube (Alenquer-G.D.M-Sobralcar, Almodôvar-Delta Cafés-Crédito Agrícola, JV Perfis Windmob e Santa Maria da Feira-Segmento d’Época) e seis estrangeiras: a sul-africana ProTouch, a venezuelana Java Kiwi Atlántico, a colombiana Electro Hiper Europa-Caldas, a a angolana BAI Sicasal Petro de Luanda (todas Continentais), e as ProTeams Caja Rural-Seguros RGA e Burgos-BH, ambas espanholas.

Historial de vencedores

  • 2022: Orluis Aular (Caja Rural-Seguros RGA)
  • 2021: Sean Quinn (Hagens Berman Axeon)
  • 2019: Jonathan Lastra (Caja Rural-Seguros RGA)
  • 2018: Dmitriy Strakhov (Gazprom-RusVelo)
  • 2017: Amaro Antunes (W52-FC Porto)

Imagem principal: Elisabete Silva

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