O selim para a bicicleta de estrada (bem como os modelos para outras vertentes do ciclismo…) envolvem muito mais tecnologia do que podemos pensar à partida. E recorde-se que é sobre este ponto de apoio que vai mais de 50% do peso do ciclista.

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Por isso, escolher o modelo certo não será tarefa fácil. Até porque nem sempre aquele que vem com a bicicleta poderá ser a opção certa para as características fisicológicas e anatómicas de cada um.

A pensar nisso, e para dar uma ajuda consoante a nossa experiência, deixamos aqui algumas informações, truques e dicas que podem ajudar a escolher o selim para a bicicleta de estrada. O modelo certo, diga-se.

Selim para a bicicleta de estrada: as partes

A plataforma ou base

Esta é a parte em que nos apoiamos, constítuida por três partes diferentes: o  esqueleto, o acolchoado e o estofo, existindo selins que prescindem dos dois últimos em busca de “sensações” mais fortes. Nestes caso, é muito possível que sejam transmitidos para o rabo do ciclista e para o resto do corpo todos os os desníveis da estrada…

O esqueleto pode ser feito de fibra de vidro, nylon, kevlar ou fibra de carbono (ou às vezes uma combinação de vários materiais), cada um tendo como objetivo uma característica que acaba por distinguir uns dos outros: preço baixo, maior resistência, menos peso, capacidade de amortecimento…

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Já o acolchoamento pode ser conseguido com o uso de espuma (de diferentes densidades, em alguns casos), elastómeros (mais flexibilidade e elasticidade, à partida) e até mesmo inserções de gel (com base de silicone).

Por último, o estofo, o elemento mais visível esteticamente falando, é geralmente fabricado com recurso a materiais sintéticos ou a microfibras. Dependendo das marcas, existem muitas denominações: microtex, microtech, etc…

Podem também aqui ser utilizados polímeros com grande poder de absorção (evita-se a utilização de espumas) e ventilação, acompanhados de kevlar, por exemplo. Sem esquecer a pele (couro), um elemento presente neste componete desde o aparecimento da bicicleta, mas que hoje em dia começa a ser deixado de lado por razões de sustentabilidade no fabrico.

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Estes estofos também se encontram com diferentes texturas, algumas mais rugosas para evitar o deslizamento ou perfuradas para uma ventilação mais eficaz. Por norma , o estofo surge colado ao esqueleto do selim para a bicicleta de estrada, realizando-se esta operação de produção manualmente, muitas vezes.

A fixação do selim

É o elo de ligação entre o selim e o respetivo espigão, geralmente chamado de rails. O design destes elementos surge quase sempre sob duas formas. O mais comum é composto por dois rails colocados em paralelo; o outro formato, menos habitual, é um conceito monolink.

O design e disposição da fixação para ligação ao espigão permitem que o selim seja posicionado de uma determinada forma, sendo o comprimento ou a inclinação dos rails a definir o modo como posicionamos o selim face à restante estrutura da bike.

Quando ao material de fabrico, encontramos muitas vezes o aço como um dos materiais utilizados pela sua resistência e preço relativamente baixo. 

Por outro lado, e fazendo com que o preço do selim suba, os rails são muitas vezes feitos de carbono ou até de titânio, materiais que trazem em simultâneo rigidez, flexibilidade e leveza. Com eles, um selim pode ser 30 a 50 gramas mais leve, no mínimo.

A escolha do selim certo…

Os selins diferem na forma, no design, na construção, nos materiais, mas também se apresentam com diferentes larguras e comprimentos, com o objetivo de satisfazerem todos os requisitos técnicos e anatómicos, bem como as preferências de cada ciclista.

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Por um lado, e dependendo do uso a que se destinam, os selins seguem um padrão de medidas consoante se são para endurance, performance, triatlo, ciclocrosse, passeio, estrada, BTT… A lista é bastante longa.

A morfologia de cada ciclista é aqui muito importante, daí a dificuldade de por vezes conseguirmos escolher o modelo mais indicado. E até porque o corpo de um homem não é igual ao de uma mulher, obviamente. As diferenças passam pela largura dos ísquios do ciclista, por exemplo, algo que também determinará as dimensões do selim a usar.

Existem muitas fórmulas, umas mais ou menos caseiras que outras, para determinar a largura que melhor se adapta à nossa fisionomia (desde medir a distância dos nossos ísquios sentados sobre uma folha de papel, até encontrarmos uma relação face ao tamanho das calças que usamos).

Mas o mais aconselhável é visitar a um centro especializado ou uma loja onde se faça um bike fit completo, dentro do qual há o recurso a medidores de pressão que se encarregam de medir distâncias e outros pontos importantes.

Existe uma classificação para determinar, aproximadamente, qual é o nosso tamanho correto de selim em função da largura dos ísquios; e isso resulta da soma de 20 mm a essa medida, mais ou menos. Vejamos melhor…

A largura dos ísquios e a largura do selim

  • Ísquios < 100 mm = selim com 125 a 130 mm
  • Ísquios entre 100 e 130 mm » selim com 140 a 145 mm
  • Ísquios > 130 mm = selim com mais de 155 mm

Geralmente, um selim para senhora tem cerca de 20 mm a mais de largura devido precisamente à maior distância entre os ísquios. E uns 10 mm a menos de comprimento, para evitar eventuais pressões na zona genital.

Dependendo da vertente do ciclismo que praticamos, também podemos estabelecer uma espécie de classificação quanto à forma dos vários modelos…  Selins estreitos e compridos podem ser mais indicados para longas tiradas a pedalar numa postura aerodinâmica, enquanto um selim mais largo traz mais liberdade de movimentos em etapas em que temos de passar muito tempo em pé sobre os pediais e menos tempo sentados.

Existem depois selins específicos para a prática de triatlo, com tamanhos ainda mais diversificados, dependendo do gosto do triatleta. Podem ser mais curtos ou mais longos, sendo esta última característica a mais adequada caso o triatleta precise de adotar uma postura mais “recolhida” para conseguir mais aerodinâmica.

Modalidade / largura do selim / comprimento do selim:

  • Performance / 125-130 mm / 260-280 mm
  • Endurance / 130-160 mm / 255-275 mm
  • Triatlo / 135-165 mm / 250-280 mm

Por outro lado, o acolchoamento do selim também é motivo de estudo. Pode parecer o parâmetro mais simples, já que imediatamente o associamos à comodidade que queremos ter sobre a bicicleta (e em parte assim é…), mas é muito importante, já que a postura que adotamos sobre o selim está relacionado com o “enchimento” do mesmo.

Ou seja, uma postura relativamente erguida, em que as nossas costas se mantêm rectas, fará com que o peso siga mais sobre os ísquios; aqui, é possível que um selim mais acolchoado e com uma superfície de apoio côncava seja mais adequado, repartindo o peso de forma mais equilibrada. E o peso também conta: quanto mais pesados formos, mais acolchoamento devemos procurar.

Por fim, refira-se que um selim em forma de “T” é mais indicado para etapas maiores a pedalar e nas quais não alteremos a postura muitas vezes, pois a ponta fina poderá causar menos abrasão. Já os selins em forma de pêra (menos “pontiagudos”) dão mais conforto, mas “roubam” liberdade de movimentos.

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