Julian Alaphilippe revalidou o título mundial de estrada numa das corridas mais espetaculares dos últimos anos e vestirá a camisola de arco-íris pelo segundo ano consecutivo. O francês começou a ganhar este campeonato do mundo ainda bem longe da meta, a 200 km do final, com o primeiro dos ataques da seleção do seu país, que tornavam a corrida o mais exigente possível.

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Depois, Alaphilippe teve com tarefa coroar o trabalho dos seus compatriotas, atacando inicialmente a 58 km da chegada eliminando logo aí vários outros favoritos, que se arrastaram quando a corrida entrou na fase decisiva, as últimas duas voltas e meia no circuito de Leuven.

Por duas vezes, Alaphilippe atacou no grupo restrito de candidatos e duas vezes foi apanhado. Mas a vinte quilômetros da chegada, o gaulês atacou pela terceira vez, na subida de Sint Antoniusberg, e desta feita ninguém conseguiu segui-lo, abrindo uma vantagem de 30 segundos sobre os seus perseguidores, o suficiente para comemorar, isolado, o seu segundo título mundial consecutivo.

Cortaria a meta ao fim de 5h56m34s (média de 45,147 km/h), com tempo para celebrar antecipadamente e pedir aplausos ao numeroso e entusiasta público da Flandres. Num apertado sprint a quatro pelas medalhas, o neerlandês Dylan van Baarle conquistou a prata e o dinamarquês Michael Valgren o bronze.

“O ano passado foi um sonho para mim e este ano não tenho palavras”, começou por afirmar Alaphilippe, no final. “Foi muito difícil e emocionante. Estava muito motivado. Queria fazer bem pela equipe e conseguir o melhor resultado possível”.

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“As pernas estavam ótimas e no final fiz o corte. Mas não estava planeado. Havia muitos adeptos da Bélgica e pediram-me para desacelerar. Não foram palavras simpáticas, mas deram-me mais motivação”, contou Alaphilippe.

Rui Oliveira, o melhor português

Rui Oliveira foi o melhor elemento de Portugal, terminando na 39.ª posição a corrida de 268,3 quilómetros, disputada entre Antuérpia e Lovaina, na Flandres, Bélgica. João Almeida, foi 47.º, a 6m31s, e Nelson Oliveira chegaria no 55.º lugar, a 6m40s. André Carvalho e Rafael Reis não terminaram a corrida.

A 60 km da meta, quando a prova começou a decidir-se, a seleção contava com três corredores no pelotão principal. Nelson Oliveira e Rui Oliveira bem colocados, como estiveram ao longo de toda a corrida, e João Almeida um pouco mais atrás, embora em recuperação de lugares face a momentos anteriores.

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Com cinco homens adiantados, onze outros corredores desferiram um ataque no paralelo. Quando acontece este ataque, Rui Oliveira estava a sofrer um momento de quebra física, não conseguindo responder. João Almeida ainda estava longe das posições cimeiras. Nelson Oliveira manteve-se atento na cabeça do pelotão, assumindo, nesse momento, a perseguição.

Alguns quilómetros mais adiante, ainda no circuito fora de Lovaina, o pelotão, comandado pelo dinamarquês Michael Valgren fica muito próximo dos homens mais adiantados. O nórdico resolveu acelerar para fazer a ‘ponte’, o que viria a conseguir. Nelson Oliveira explica a visão do momento desde dentro da corrida.

“Quando salta o Valgren, quem estava na roda dele era o Michael Matthews e o Peter Sagan. Eles ficaram a olhar um para o outro. Eu estava na roda deles e não consegui passar naquele momento. Creio que tinha pernas para ir com o Valgren, mas naquele momento chave não saí e depois já não havia nada a fazer, a não ser lutar para honrar a camisola até à meta”, conta Nélson Oliveira.

“Foi uma corrida louca, a lutar todo o dia pela colocação. Sabíamos que seria muito difícil estando dos trinta primeiros para trás, por isso tentámos fazer a corrida na frente. Tentámos e lutámos, mas há dias em que não dá para ir com os primeiros, mas estou orgulhoso de ter corrido com esta equipa”, afirmou Rui Oliveira.

“Demos o que tínhamos, sempre como equipa, estivemos sempre unidos. Claro que não conseguimos o resultado que ambicionávamos. Pessoalmente tive bastantes dificuldades nos paralelos, num estilo de provas para o qual ainda me falta experiência. Não estive bem colocado ao longo da corrida, porque era um percurso em circuitos, com muitas viragens, sprintar a seguir? Não é bem o meu forte e ainda tenho de trabalhar estes aspetos para o futuro”, disse João Almeida.

 

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