Remco Evenepoel descarta tensões no seio da equipa Deceuninck-QuickStep, depois das incidências da etapa com troços de terra batida para Montalcino na última quarta-feira, em que perdeu mais de dois minutos para o líder Egan Bernal. O belga revelou ter havido problemas de rádio para justificar o atraso do apoio de João Almeida, explicando que, às tantas, tirou o seu auricular porque estava a passar tão mal que “não precisou de ouvir comentários durante um tempo”.

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Evenepoel esclareceu que sofreu e perdeu tempo simplesmente por ter tido “pernas más”, mas que continuará a visar a classificação geral. “Ainda estou a apenas um minuto do pódio, então não está nada perdido. Ainda há muitas etapas pela frente”, afirmou o corredor de 22 anos.

João Almeida, citado pelo jornal A Bola, admitiu que esperava ter liberdade da sua equipa nessa etapa, apesar do atraso já acumulado na classificação geral. “Senti-me bem. Tive a oportunidade de estar com os melhores, mas tive que seguir as ordens para esperar pelo Remco”, disse Almeida. “Se me sinto desapontado? Prefiro ficar calado a dizer o que penso. Todos os dias estou a aprender e hoje aprendi muito, numa etapa fantástica em que podia ir longe. O ciclismo é um desporto coletivo e os diretores desportivos são os responsáveis”, declarou o corredor português” ao mesmo periódico.

Evenepoel preferiu culpar a tecnologia de rádio em vez de explicar porque é que seu companheiro de equipa não ficou imediatamente com ele, começou a perder terreno.

Almeida acabou por aceder às indicações dos responsáveis da equipa, recuando e trabalhando arduamente até final para limitar a perda de tempo de Remco, mas pareceu desapontado por ter perdido a oportunidade de ascender aos dez primeiros da geral.

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“Não há motivo para culpá-lo”, frisou Evenepoel. “Acho que ele soube um pouco tarde que eu tinha ficado para trás do grupo principal. No momento em que cedi, gritei, disse que estava a ter problemas para seguir o ritmo do grupo, e acho que ele ouviu um pouco tarde. No nosso carro também ninguém viu, porque não havia conexão para a TV. Houve muito azar ontem”, esclareceu o ciclista belga.

Evenepoel rejeitou igualmente a ideia de ter tido dificuldade para rodar a alta velocidade nas estradas de terra, talvez com receio de ter um acidente, depois da sua queda grave no Giro da Lombardia no ano passado. “Tive um dia ruim, só isso. Pode acontecer depois de nove meses sem competição. Não tive problemas com a terra. No primeiro setor estávamos numa boa posição, mas alguns corredores à nossa frente tiveram problemas. Não tive nenhum problema de confiança, foi apenas um dia ruim, com pernas más”.

“Depois, no setor 3 [de sterrato], começaram a acelerar e eu não tive mais pernas”, reconheceu Evenepoel, que começou a etapa de quarta-feira a apenas 14 segundos de Egan Bernal, mas ao perder 2m08s para o colombiano desceu para a oitava posição, a 2m22s.

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