Francisco Pereira foi o grande vencedor da segunda etapa da Volta a Portugal do Futuro. Ênfase no grande. Andou ao ataque para somar segundos de bonificação nas metas volantes (cinco) e também para ganhar vantagem na estrada. Acabou a vencer em Águeda (mais dez de “bónus”).

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Dia perfeito, pois é o novo líder, passando de oito segundos de desvantagem no início da tirada, para 35 na frente, com um dia muito complicado à espera do pelotão este sábado.

O jovem de 21 anos deu o salto esta temporada para uma equipa Continental, depois de evoluir no seu escalão na JV Perfis e na Sicasal-Miticar-Torres Vedras. Joaquim Andrade abriu-lhe as portas da ABTF Betão-Feirense e Francisco Pereira quer retribuir a confiança. Hoje mostrou como.

A forma atacante com que enfrentou a tirada desta sexta-feira, demonstrou um ciclista confiante e sem medo de arriscar, apesar da equipa só ter Miguel Carvalho para o ajudar. Tanto este ciclista, como o diretor entraram na longa lista de agradecimentos que Pereira não quis deixar de salientar no momento de celebrar uma excelente vitória.

“Este sorriso é significado de todo o trabalho e dedicação que tenho colocado ao longo dos anos e é sobretudo um agradecimento que me têm apoiado desde o início, em especial à minha mãe, ao capitão, à namorada, aos meus avós, a toda a gente, à minha equipa, ao chefe Andrade por ter apostado em mim este ano e a todos os outros treinadores por quem já passei”, referiu.

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Porém, haverá pouco tempo para celebrações, pois a terceira e penúltima etapa da Volta a Portugal do Futuro assume-se como rainha e apesar da diferença interessante, nada está decidido. Francisco Pereira até afasta responsabilidade e aponta Miguel Carvalho como o homem da ABTF Betão-Feirense como o melhor num dia que terminará na Serra de São Macário, em São Pedro do Sul. Uma primeira categoria a coincidir com a meta.

“O Miguel esteve espetacular ontem e hoje. E quem sabe [sábado] não é um dia para ele e serei eu a ajudá-lo”, referiu um muito feliz Francisco Pereira desejoso de estar de amarelo e à espera que possa ser um bom presságio para o futuro: sonha ser líder de uma Volta a Portugal, versão elite.

A etapa

Entre Lousã e Águeda foram 141,1 quilómetros, com três contagens de montanha nos primeiros 50: Miranda do Corvo (quarta categoria aos 6,9 quilómetros), Espinheira (terceira aos 42,3) e Luso (quarta aos 49,3).

Aqui o destaque vai para Daniel Dias (Kelly/Simoldes/UDO). É mais um ciclista que também anda ao ataque para concretizar o seu objetivo: a montanha. Já era líder, vestindo a camisola azul e agora a vantagem passou para nove pontos depois de ter sido segundo classificado nas três passagens.

Nas restantes classificações Inaki Errazquin (Aluminios Cortizo) mantém a liderança na juventude (ciclistas nascidos a partir de 1 de janeiro de 2002), enquanto Francisco Pereira – que esta sexta-feira andou com a camisola verde “emprestada” por Pedro Silva -, lidera agora também nos pontos. Deverá agora emprestá-la… a Pedro Silva. O corredor da Glassdrive/Q8/Anicolor havia sido a figura da primeira etapa, com vitória, camisola amarela e verde conquistadas.

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Num dia que chegou a ter uma fuga de 25 ciclistas, que não resultou, foi a movimentação dentro dos 60 quilómetros finais que decidiria a etapa de Francisco Pereira não irá esquecer.

O espanhol Fernando Manuel Rodríguez (Bicicletas Rodríguez Extremadura) iniciou a movimentação que juntaria oito ciclistas na frente da corrida. Apesar da LA Alumínios-Credibom-Marcos Car ter sete corredores – João Medeiros era segundo na geral -, contra os dois da ABTF Betão-Feirense e outros tantos da Glassdrive/Q8/Anicolor, o trabalho realizado na perseguição não resultou para anular a fuga. As condições atmosféricas não ajudaram, com algum vento e chuva a marcarem os últimos quilómetros.

Contudo, também poderá ter havido uma falha de comunicação (os ciclistas não têm rádios). Pedro Silva chegou a pensar que tinha ganho, pelo que nem todos saberiam que o grupo de perseguidores apanhado não inclua todos os que tinham escapado. Ou seja, não sabiam que havia dois corredores na frente.

Rodríguez e Pereira haviam decidido deixar os restantes companheiros de fuga a cerca de dez quilómetros da meta e foi uma boa decisão. Entre eles disputaram o sprint. O português foi mais forte.

Serra de S. Macário para testar o jovem pelotão

Este sábado será dia para terminar então numa primeira categoria, havendo duas de três antes: Sever do Vouga (60,8 quilómetros) e Arcozelo das Maias (75,6). Serão 122,9 quilómetros que vão começar em Ovar (Cortegaça). As metas volantes estarão em Estarreja (28,3), Oliveira de Frandes (89) e São Pedro do Sul (103,7).

Na geral, apenas quatro ciclistas estão a menos de um minuto de Francisco Pereira. Pedro Silva a 35, como referido, João Medeiros (LA Alumínios-Credibom-Marcos Car) caiu para terceiro, a 45 e a 56 e 58 estão David Delgado (Bicicletas Rodríguez Extremadura) e Hélder Gonçalves (Kelly/Simoldes/UDO).


Fotos: João Calado/Podium Events

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